Mesmo com as ameaças de covid-19, mais de três mil imigrantes de Honduras iniciaram na quarta-feira (30) à noite uma caravana em direção aos EUA, em busca de melhores condições de vida.
Segundo informou a agência AFP, membros da Cruz Vermelha registraram 1,2 mil pessoas em um primeiro grupo e quase duas mil em outro. Os migrantes caminhavam pela margem da rodovia em direção à fronteira com a Guatemala.
A Cruz Vermelha, entregou medicamentos e mapas para orientar a travessia.
“Nós não pensamos na pandemia, esta é a última coisa que alguém pensa. Queremos seguir adiante com a família”, declarou à AFP Jefrey Amaya, de 20 anos, que chegou ao terminal rodoviário com um grupo de jovens procedente da comunidade de El Negrito, departamento de Yoro, a 20 quilômetros de San Pedro Sul
“Vamos em busca do sonho americano, ninguém vai nos parar. Aqui, ou morremos de Covid-19 ou morremos de fome. Os governos não fazem nada para gerar empregos”, disse Miguel Artiga, de 27 anos.
A mobilização começou pela internet e as expectativas de adesão eram baixas.
“Sabemos que (na viagem) podemos perder uma mão, um pé ou a vida. Você arrisca tudo sem saber se vai conseguir atravessar a fronteira do México para os Estados Unidos”, admitiu Jefrey.
Desde outubro de 2018, uma dezena de caravanas de mil ou mais pessoas, e outras com centenas de migrantes, saíram de San Pedro Sula e enfrentaram os militares e policiais mobilizados pelo presidente Donald Trump na fronteira com o México.
Salvadorenhos, guatemaltecos e mexicanos se uniram aos grupos no caminho e as caravanas chegaram a reunir dezenas de milhares de pessoas, a grande maioria frustrada pelas patrulhas de fronteira.
Segundo o governo do presidente Juan Orlando Hernández, até 27 de setembro foram deportados 31.022 hondurenhos, a maioria do México e dos Estados Unidos.