DA REDAÇÃO – Desde o início da pandemia do coronavírus no Brasil há pouco mais de dois meses, 113 médicos morreram vítimas da doença. É uma média de quase dois profissionais por dia desde que o primeiro óbito foi registrado, em 16 de março. O Rio de Janeiro é o estado com o maior número de vítimas no período: 30 médicos perderam a batalha contra a Covid-19. O Pará, com 27, e São Paulo, com 26, aparecem logo em seguida no ranking. Há ainda casos em Pernambuco (6), Amazonas, Minas e Paraíba (4 cada), Ceará e Rio Grande do Norte (3 cada), Paraná e Bahia (2 cada), além de Alagoas e Santa Catarina (1 cada). As informações são do Globo.
O Brasil é ainda o país onde mais morrem enfermeiros no mundo por conta da epidemia. De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem, 137 enfermeiros foram vítimas da Covid-19 e há 16.064 casos confirmados. O estado com mais mortes é também o Rio de Janeiro (32), praticamente o mesmo número de São Paulo (31). No último dia 12, Dia Internacional da Enfermagem, profissionais da categoria fizeram atos em cidades como Rio de Janeiro e Brasília, em homenagem aos colegas perdidos e reivindicaram melhores condições de trabalho para a categoria.
Levantamento feito pelo Globo junto aos conselhos regionais de medicina nos estados e a sindicatos da categoria, mostra que, do total de vítimas, pelo menos 27 óbitos, o equivalente a 30%, foram de médicos que estavam no grupo de risco para a doença e tinham mais de 60 anos. No entanto, esse número pode ser maior, já que nem todos os conselhos regionais de medicina informaram a idade dos profissionais mortos.
O número é similar ao de outros países duramente atingidos pelo surto do novo coronavírus. Em um estudo publicado na última sexta-feira na revista de Medicina Ocupacional da Universidade de Oxford, quatro pesquisadores do Canadá e dos Estados Unidos encontraram registros das mortes de 121 médicos na Itália, um dos focos iniciais da doença.
“A falta de equipamento de proteção individual (EPI) e EPIs inadequadas foram citadas como a causa de morte especialmente em nações em desenvolvimento e na Itália”, diz a pesquisa.