Uma nova projeção do Institute for Health Metrics and Evaluation at the University of Washington mostra que o número de mortos nos Estados Unidos pelo coronavírus pode chegar a 147 mil em agosto, 10 mil mortes a mais do que mostrava o modelo anterior.
De acordo com o médico coordenador do instituto, Christopher Murray, esse aumento está ligado à reabertura de alguns estados e ao não distanciamento social.
O modelo agora mostra 2.450 mortes a mais em New York, 2 mil mortes adicionais em Massachusetts e 1.700 mortes além do previsto na Pensilvânia. Em outros estados, como a Geórgia, a expectativa é que o número de mortes seja menor que o previsto.
Os Estados Unidos têm hoje 1.3 milhão de casos de coronavírus e mais de 82 mil mortes.
Na terça-feira (12), o epidemiologista Anthony Fauci, da linha de frente de combate ao vírus na Casa Branca, fez um alerta sobre as graves consequências em suspender prematuramente o confinamento decretado devido à pandemia de coronavírus. A declaração foi feita durante uma audiência virtual dos senadores americanos.
Diante dos senadores, Fauci disse estar preocupado com o fato de alguns estados ou cidades avançarem no relaxamento do confinamento, sem seguir uma diretriz do governo que recomenda esperar por uma queda expressiva nos casos da doença por duas semanas.
“Se uma comunidade, estado ou região não seguir essas diretrizes e reabrir as consequências podem ser muito graves”, disse o especialista em um momento em que os Estados Unidos são o país que mais registra mortes na pandemia.
“Isso paradoxalmente nos faria retroceder, acrescentando mais sofrimento e mortes que são evitáveis”, alertou.
Fauci também advertiu que o número de mortos pode ser maior do que mostram os balanços oficiais. Ele citou como exemplo New York, onde pode haver casos de pessoas que morreram de coronavírus em suas casas, devido à saturação dos serviços de saúde.
Antes da sessão, Fauci disse ao jornal “New York Times” que sem os devidos procedimentos de protocolo para finalizar a quarentena nos Estados Unidos, existe o risco de haver múltiplos focos da doença. “A principal mensagem que quero transmitir é o perigo de tentar reabrir o país prematuramente”, afirmou o médico ao diário. (Com informações da CNN e G1)