O Partido Social Liberal (PSL), pelo qual Jair Bolsonaro se elegeu, entrou com um pedido de impeachment contra o presidente na sexta-feira (24). O pedido, feito através da líder do partido na Câmara, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), alega crime de responsabilidade, com “interferência direta do presidente na Polícia Federal, que investiga crimes dos seus filhos”, diz o texto. A deputada disse que consultou juristas que participaram do processo da ex-presidente Dilma Rousseff para orientação na redação do pedido.
Com este, agora são 29 os pedidos de impeachment contra Bolsonaro. A diferença, neste caso, é que o pedido vem do próprio partido ao qual ele era filiado quando foi eleito. O presidente deixou o PSL em novembro do ano passado para fundar um novo partido, chamado Aliança pelo Brasil. O partido, entretanto, não conseguiu as 500 mil assinaturas necessárias para o registro. As cerca de 80 mil fichas de filiação apresentadas foram impugnadas pela Justiça Eleitoral como inválidas.
Vinte e nove pedidos de impeachment contra Bolsonaro esperam para serem analisados pela Câmara dos Deputados. Um anterior já havia sido arquivado pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em fevereiro, e não há prazo para a análise dos demais. Entre os pedidos protocolados estão os do ex-governador Ciro Gomes e do presidente do PDT, Carlos Lupi, o da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), e do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Pedidos de impeachment são comuns na política brasileira. Dos últimos presidentes, Dilma Rousseff foi a que teve mais pedidos, 68. Seguem na lista Fernando Collor (39) Michel Temer (31) e Luiz Inácio Lula da Silva (37).
O pedido de impeachment do PSL vem logo em seguida à demissão do ministro da Justiça, Sérgio Moro, que acusou em seu discurso de saída o presidente de interferir na autonomia da Polícia Federal para fins de interesses pessoais.