A Câmara dos Deputados (House of Representatives) aprovou o impeachment do presidente Trump na noite de quarta-feira (18). O presidente tornou-se assim, o terceiro mandante da história americana a ser formalmente condenado pela Câmara com a mais alta punição constitucional prevista para crimes e desmandos do Poder Executivo.
O 45º presidente americano foi acusado e condenado pela Câmara por abuso de poder, ao requisitar a um governo estrangeiro que investigasse um seu possível rival nas eleições de 2002, e por tentar obstruir a investigação do caso no Congresso.
Os artigos do impeachment seguem agora para o Senado, onde a maioria Republicana na Casa deve garantir o seu arquivamento e a permanência de Trump na presidência. Ainda assim, o governo de Trump carregará uma mancha grave na sua reputação em um ano de eleição e campanha.
Na Câmara dos Deputados, de maioria Democrata e presidida pela deputada Nancy Pelosi (CA), foram 230 votos a favor e 197 contra na primeira acusação, de abuso de poder; e 229 a favor e 198 contra para a segunda acusação, de tentativa de obstrução. Pelosi disse logo após o resultado que aquele foi “um grande dia para a Constituição dos Estados Unidos, e um dia triste para a América, obrigando-nos a usar o recurso do impeachment por conta das atividades irresponsáveis do presidente.”
O julgamento no Senado deve começar em janeiro, onde serão necessários dois terços dos 100 senadores da Casa para a condenação. Com maioria Republicana, são poucas as probabilidades de uma confirmação do impeachement do presidente no Senado.
O impeachment aprovado na Câmara baseou-se no relato da conversa telefônica entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em julho. De acordo com a transcrição, Trump pede um “favor” a Zelensky: que ele investigasse políticos Democratas, incluindo o pré-candidato do partido à presidência nas eleições de 2020, Joe Biden.
Trump disse que não havia nada demais na transcrição do telefonema, e na época o considerou “perfeito”.