DA REDAÇÃO – Ao que tudo indica, a lua de mel entre Donald Trump e Jair Bolsonaro chegou ao fim. Através das suas redes sociais, o presidente dos EUA acusou o Brasil de desvalorizar maciçamente o Real, causando prejuízos aos agricultores norte-americanos. Por conta disso, ele pretende restaurar, como forma de retaliação, as tarifas sobre aço e alumínio, que haviam sido suspensas em meio à Guerra comercial com a China.
Além do Brasil, Trump criticou também a Argentina e os países que, segundo ele, desvalorizam suas moedas para se aproveitarem do dólar forte. E não perdeu a oportunidade de dar uma alfineta no Federal Reserve, o Banco Central americano, de quem cobra uma postura de juros mais baixos. Depois de uma semana batendo recordes, o dólar no Brasil opera em tendência de leve queda. A valorização da moeda americana em relação à brasileira está na faixa de 9,43% no ano.
“Eu dei a eles uma trégua nas tarifas, mas agora eu estou tirando essa trégua porque é muito injusto para a nossa indústria e muito injusto para os nossos produtores rurais”, justificou Trump, antes de embarcar para reunião da Otan em Londres. O Brasil escapou da sobretaxa de até 25% sobre os produtos em março do ano passado, quando a indústria brasileira classificou a decisão de “injustificada e ilegal”. Atualmente, as taxas são de 0,9%, para o aço e 2% para o alumínio.
Na Argentina, o governo já começou a negociar uma nova trégua. Já Bolsonaro não vê a medida como retaliação. “Vou primeiro conversar com o Paulo Guedes (ministro da Economia) e, se for o caso, ligo para o Trump. Temos um canal aberto com os EUA”, disse o presidente brasileiro, acrescentando que as palavras de Trump seriam usadas como munição pelos opositores ao seu governo.