O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, disse que o envolvimento do nome do presidente da República no caso do assassinato de Marielle Franco não passa de um factoide. A possibilidade foi divulgada pela TV Globo, que exibiu reportagem em que o nome de Jair Bolsonaro teria surgido nas investigações da morte da vereadora carioca, em 14 de março de 2018. A citação ao nome do presidente poderia levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a matéria, o porteiro do condomínio onde ele morava, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, contou, em depoimento à polícia, que alguém com a voz dele autorizou a entrada de um dos um dos principais acusados do assassinado, o ex-PM Elcio Queiroz, no dia do crime. O suspeito teria anunciado que visitaria Bolsonaro, mas seguiu para a casa do também ex-policial Ronnie Lessa, no mesmo condomínio. Os dois acusados estão presos e, segundo registro oficial da Câmara dos Deputados, o então deputado federal Jair Bolsonaro estava em Brasília na data do crime.
Da Arábia Saudita, onde está em viagem oficial, o presidente negou qualquer envolvimento no caso e acusou a Rede Globo de querer desestabilizar seu governo. Atacou também o governador do Rio, Wilson Witzel, a quem atribuiu o vazamento do das informações sobre o inquérito. O ministro da Justiça, Sergio Moro, enviou ao procurador-geral da República um pedido de instauração de inquérito para investigar o depoimento do porteiro e, com isso, apurar se o funcionário do condomínio foi usado por terceiros para criar o factoide.