À primeira vista, parece um restaurante da moda como tantos outros na região descolada de West Hollywood, no coração da Grande Los Angeles. Mas o Lowell Café – aberto no início do mês – é o primeiro estabelecimento nos Estados Unidos a funcionar com licença totalmente legal de consumo de cannabis, mais conhecida como maconha ou marijuana.
O espaço – no qual só entram maiores de 21 anos – funciona como um café vendendo produtos de diversos fabricantes, inclusive da Lowell Farms (uma das marcas mais luxuosas de cannabis da Califórnia), além de servir saladas e sanduíches orgânicos (a partir de US$ 15) que prometem aguçar o paladar e a experiência.
Curiosamente, os pratos disponíveis no cardápio não levam maconha, porque a lei só permite vender a planta e seus derivados em produtos pré-embalados e testados em laboratório. Mas é possível comprar industrializados com o princípio ativo da erva, tais como barras de chocolate e balas de hortelã.
Há também o bar de cannabis, que oferece baseados prontos (a partir de US$ 18) e cigarros eletrônicos, dentre outros. Também é possível alugar diversos apetrechos de fumo, como cachimbos e narguilés. O menu detalhado traz a descrição de cada produto com a respectiva concentração do princípio ativo, a sensação que provoca e a duração média do efeito.
É permitido fumar maconha à vontade até mesmo na área coberta, o que soa inusitado, porque geralmente é proibido fumar cigarros (de tabaco) em locais públicos no Estado. Aliás, também no Lowell a fumaça só pode ser de marijuana. Cigarros comuns são proibidos.
Para evitar confusão com os vizinhos, que reclamaram antes mesmo da inauguração, os donos instalaram um sofisticado sistema de filtragem de ar, de modo que o cheiro e a fumaça de maconha não se espalhem pelas redondezas.
Outra diferença em relação a bares tradicionais é que os drinks servidos não contêm álcool, já que a lei estadual não permite comercializar maconha e bebidas alcoólicas ao mesmo tempo. No entanto, é possível tomar chás, refrigerantes e coquetéis (a partir de US$ 8) acrescidos de THC, a substância psicoativa da erva – uma opção para quem não gosta de fumar.
O estabelecimento funciona das 10h às 22h e aceita reservas com até 30 dias de antecedência. É preciso apresentar identidade na porta. Para turistas, vale o passaporte. Os clientes só podem permanecer no local por 90 minutos. O consumo de cannabis não é obrigatório. Mas se for consumir, tem que comprar lá, não pode levar de casa. É permitido tirar fotos no local.
Em breve, outros estabelecimentos do tipo devem abrir as portas. West Hollywood quer expandir os negócios de cannabis na região – conhecida por seus inúmeros bares, casas noturnas e lojas dedicadas ao público LGBT – e atrair turistas do mundo todo. As licenças de funcionamento serão reavaliadas anualmente pela cidade.
Filme ‘Pacarrete’ é o grande vencedor do LABRFF
O longa “Pacarrete”, do cearense Allan Deberton, foi o grande vitorioso da 12ª edição do Los Angeles Brazilian Film Festival (LABRFF). O filme abocanhou cinco troféus: Melhor Filme, Melhor Atriz (Marcélia Cartaxo), Melhor Roteirista (Deberton), Melhor Diretor (Deberton), Melhor Edição (Joana Collier). Ao todo, foram distribuídos prêmios em 16 categorias, além de reconhecimentos especiais do júri.
“Estamos muito felizes com os resultados. Recebemos mais de 70 cineastas vindos do Brasil e homenageamos a fantástica Marcélia Cartaxo”, contabiliza a fundadora do festival, Meire Fernandes. “Isso sem falar na nossa feira de mercado, o Brazilian Film Market, que colocou nossos realizadores em contato com a indústria americana”, ressalta.
Durante a cerimônia de premiação, que aconteceu no Laemmle Monica Film Center, também foi divulgada a lista dos vencedores do 1º Los Angeles Latin Music Video Festival, a competição de videoclipes que estreou este ano dentro do LABRFF sob a coordenação de Manoel Neto. “Saci” (Baiana System) ganhou Melhor Videoclipe e Melhor Edição, e seu diretor, Rafael Kent, também levou Melhor Direção.
Premiados no LABRFF
Melhor Filme: “Pacarrete”. Melhor Diretor: Allan Deberton (“Pacarrete”). Melhor Ator: Du Moscovis (“Veneza”). Melhor Atriz: Marcélia Cartaxo (“Pacarrete”). Melhor Ator Coadjuvante: André Mattos (“Veneza”). Melhor Atriz Coadjuvante: Carol Castro (“Veneza”). Melhor Roteiro: Allan Deberton (“Pacarrete”). Melhor Fotografia: Gustavo Hadba (“Veneza”). Melhor Edição: Joana Collier (“Pacarrete”). Melhor Trilha Sonora: Berna Seppas (“Boca de Ouro”). Melhor Documentário: “Meu nome é Daniel”, de Daniel Gonçalves. Melhor Curta (empate): “Rosas”, de Ivann Willing, e “O menino da terra do sol”, de Michel Marchetti. Melhor Curta Internacional: “Tyler”, de Joel Junior. Melhores Young Filmmakers: “O véu de Amani”, de Renata Diniz (Brasil); “Roses are Blind”, de Gui Agustini , e “Mariposa”, de Dimitri Luedemann (EUA). Melhor Filme da Mostra Walfredo Rodrigues (Spotlight Paraíba): “Rebento”, de André Morais. Reconhecimentos Especiais: “O Grande Amor de um Lobo”, de Kennel Rógis e Adrianderson Barbosa; “Essência”, de Lael Arruda e Lúcio Cesar Fernandes; Eduardo Giovanella (“O Menino da Terra do Sol”); “Expedição 21”, de Alex Duarte; Caden Andreus (Tyler).
Adriana Calcanhotto faz shows na Califórnia no final deste mês
Para quem não é muito chegado nas loucuras de Halloween, a Brazilian Nites traz uma alternativa elegante e melodiosa, que promete momentos de poesia e romance bem brasileiros. A cantora gaúcha Adriana Calcanhotto se apresenta nos dias 30 e 31 deste mês, em San Francisco e Los Angeles.
É uma rara oportunidade de conferir de perto o trabalho da cantora, que atualmente é professora de composição musical na Universidade de Coimbra, em Portugal. Já faz uma década desde que ela viajou em turnê pelos EUA com ingressos esgotados.
Desta vez, Calcanhotto apresenta o álbum recém-lançado, “Margem”, a terceira parte de uma trilogia inspirada no mar, iniciada em Marítimo (1998), seguida por Maré (2008). Além das músicas MPB, que são sua marca registrada, a cantora inovou, incluindo até mesmo uma faixa de funk 150 bpm chamada “Meu Bonde”. Há também duas composições próprias que haviam sido previamente cantadas por Maria Bethânia: “Tua” e “Era Pra Ser”.
No show, Adriana Calcanhotto também apresentará seus clássicos, como “Esquadros”, “Mais Feliz”, “Devolva-me”, “Mentiras” e muitos outros. Ela será acompanhada por Bem Gil na guitarra, Bruno Di Lullo no baixo e Rafael Rocha na bateria.
Duas vezes vencedora do Latin Grammy, Calcanhotto iniciou sua carreira em meados dos anos 80 e já lançou mais de 20 álbuns, muitos deles alcançando o status de ouro ou platina. Nas últimas três décadas, suas músicas se tornaram trilha sonora de inúmeras novelas da Globo, alcançando o grande público e formando uma legião de fãs.
Em San Francisco, o show acontece na quarta-feira (30), às 21h, no Marines’ Memorial Theatre (609 Sutter St, San Francisco, CA 94102). Ingressos a partir de 57,50 dólares. Em Los Angeles, a apresentação está marcada para a noite de Halloween, quinta-feira (31), às 20h, no Moss Theater (3131 Olympic Blvd, Santa Monica, CA 90404), com entradas a partir de 48 dólares mais taxas. Onde comprar: https://braziliannites.com.