A proximidade e a influência cubana no sul da Flórida poderiam indicar que a figura mais polêmica da ilha caribenha tivesse fortes ligações com Miami. Mas na verdade, o revolucionário e ex-presidente cubano Fidel Castro tinha verdadeira paixão mesmo por Nova York. Pelo menos é isso que mostra uma matéria extensa da BBC sobre a história de amor entre o ditador e a Big Apple.Recém-formado em Direito, o jovem cubano Fidel Castro, de 22 anos, passou sua lua de mel no número 155 da West 82nd Street, perto do Central Park. Foi a primeira vez que esteve na cidade pela qual se apaixonou e onde voltaria várias vezes. Ele ficou fascinado pelo metrô, os prédios altíssimos e pelo fato de encontrar “O Capital”, de Karl Marx, em qualquer livraria da cidade, apesar do anticomunismo americano e dos tempos de guerra fria.
Fidel e sua primeira mulher, Mirta Díaz-Balart, passaram três meses no local, que até hoje conserva a mesma fachada. Bem perto dali, na Amsterdam Avenue, ficava o escritório onde planejava a Revolução, que aconteceria entre 1953 e 1959.
Sete anos depois, quando voltou a Manhattan, já era conhecido entre os exilados cubanos como o agitador idealista que participou de um levante fracassado contra o então ditador da ilha, Fulgêncio Batista. Com 29 anos, Fidel estava em Nova York para levantar recursos para a revolução junto à comunidade cubana, na época maior do que a de Miami.
Com êxito na arrecadação, abriu um escritório para sua organização, o M-27-7 (movimento de 26 de julho, data da insurreição fracassada), no Upper West Side, um ponto de encontro do pensamento progressista.
Quatro meses após a vitória na revolução, El Comandante – como passou a ser chamado – voltou a Nova York em abril de 1959, como um herói, um ídolo pop. Hospedado no Hotel Pennsylvania, passeava pelo Central Park, Empire State e ficou encantado com o Zoológico do Bronx.
A relação de Fidel com Nova York, porém, começou a azedar em 1960, quando surgiu a divisão EUA/Cuba, principalmente por causa de política econômica da ilha. Em seguida, os americanos divulgaram o embargo econômico de maior duração do mundo. Um ano depois de ser aclamado nas ruas de Manhattan, Fidel passou a ser insultado por onde passava. Ele morreu em 2016.