Como se já não bastassem os problemas que enfrenta com a abertura de um inquérito de impeachment na Câmara dos Deputados, a queda de popularidade e as suspeitas de obstrução de justiça, Donald Trump acaba de ganhar mais uma dor de cabeça. Um vídeo exibido durante um evento de apoiadores do Partido Republicano, no Trump National Doral Golf Resort, no último fim de semana, recebeu críticas ferrenhas pelo seu conteúdo violento e isso acabou respingando no presidente dos Estados Unidos, que busca a reeleição em 2020. O vídeo é uma montagem que mostra Trump agredindo e atirando em várias pessoas (também com imagens sobrepostas), entre elas alguns de seus maiores opositores, como o senador Bernie Sanders, a atriz Rosie O’Donnell e membros da imprensa, além do falecido senador John McCain.
“Esta não é a primeira vez que os apoiadores do presidente promovem violência contra a mídia”, alertou em um comunicado oficial a rede de televisão americana CNN. O filminho em questão foi exibido como parte da programação do evento de três dias em Doral, chamado “American Priority”. “O vídeo fez parte de uma exibição de memes e todos nós aqui rejeitamos a violência política. Somos a favor do diálogo saudável sobre a preservação da liberdade de expressão”, disse Alex Phillips, um dos organizadores.
O presidente não participou do evento, mas muitos democratas exigiram que ele se manifeste sobre o tema. “O sangue está fervendo. Por isso, se tiver o mínimo de decência, o líder da nação deve condenar a atitude deste grupo, caso contrário dará apoio tácito à violência”, afirmou o deputado Ted Deutch, prevendo uma tragédia se o tom da campanha presidencial continuar intenso. A Casa Branca e os integrantes da campanha de Trump se limitaram a dizer que o vídeo não foi produzido pela equipe do presidente.
Entre as autoridades presentes ao evento estavam o governador da Flórida, Ron DeSantis, e o filho mais velho do presidente, Donald Trump Jr.