O número de pessoas desaparecidas depois da passagem do furacão Dorian como categoria 5 no início da semana passada nas Bahamas pode passar de mil, segundo moradores das ilhas. “Eu não acho que o mundo sabe quantas pessoas morreram na tragédia”, comenta Valesha Johnson, sobrevivente da tormenta, que morava em Abaco Island e está refugiada em Nassau.
Segundo Valesha, os moradores das ilhas questionam o porquê de o governo estar divulgando que somente 45 pessoas morreram, quando ‘o cheiro de morte está no ar’ nos lugares mais devastados por Dorian. “Não, não, esse número não existe, é impossível”, disse a jovem de 23 anos à repórter do Sunsentinel enviada especial a Nassau. “Para nós, a passagem desse furacão é como o 11 de setembro para os americanos”.
A moradora da ilha afirma que as pessoas estão andando sobre corpos e que é possível avistar caminhões lotados de corpos. Ela disse ter perdido diversos vizinhos.
Mais de 70 mil pessoas estão desabrigadas.
Trabalho de resgate
A Guarda Costeira dos Estados Unidos afirma ter resgatado 290 pessoas depois da passagem do furacão pelas ilhas mais afetadas.
O resgate ainda está tendo muita dificuldade em chegar às regiões mais atingidas. O cenário em hospitais e abrigos é de completo caos. “O número de mortos vai aumentar, nós sabemos disso, mas não conseguimos chegar aos lugares mais afetados ainda”, disse Aubynette Rolle, diretora de um hospital de Nassau. “As Bahamas nunca passaram por uma crise como esta e estamos fazer tudo da forma correta”.
Centenas de moradores do arquipélago, muitos deles imigrantes do Haiti, estão no porto de Marsh, na ilha de Ábaco, na esperança de sair da zona de desastre em navios que chegam com víveres e cargas para ajudar o país.
As forças de segurança das Bahamas estão organizando a retirada em uma embarcação. Outros barcos, como iates, também são empregados para ajudar a retirar as pessoas.
A garçonete Avery Parotti, de 19 anos, é uma das que esperavam um barco para sair do país. Ela morava
Ajuda externa
No sábado (7), o presidente dos EUA, Donald Trump, disse no Twitter que Minnis relatou que haveria “muito mais baixas” sem a ajuda dos EUA. Trump deu crédito à Agência Federal de Gerenciamento de Emergências, a Guarda Costeira dos EUA e ao povo das Bahamas.
A Guarda Costeira evacuou mais pessoas das áreas devastadas por helicópteros. A ONU, a Marinha Real Britânica, a American Airlines, a Royal Caribbean e outras organizações se mobilizaram para levar comida, água, geradores, fraldas, lanternas, lonas e outros itens.
Marvin Dames, ministro da Segurança do país, disse que as autoridades tentam encontrar todos, mas que as equipes não podem demolir tudo pelo caminho porque pode haver corpos.
“Já fizemos isso antes, mas nunca nesse grau de devastação”, ele afirmou.
Dames disse que a pista do aeroporto da ilha de Grand Bahama foi liberada. As autoridades também dizem que os portos foram reabertos lá e em Abaco, ambas atingidas pelo furacão quando ele era classificado como categoria 5, a mais intensa. (Com informações da AP, G1 e Sunsentinel)