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Organização Mundial de Saúde alerta para aumento de casos de sarampo

Na Europa, somente no primeiro semestre de 2019 as transmissões já ultrapassaram os casos registrados em todo o ano passado

Aumento do número de casos de sarampo preocupa as autoridades de saúde
Aumento do número de casos de sarampo preocupa as autoridades de saúde (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

DA REDAÇÃO – A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou na quinta-feira (29) para um aumento significativo dos casos de sarampo em todo o mundo. Na Europa, por exemplo, somente no primeiro semestre de 2019, as transmissões ultrapassaram as registradas em todo o ano de 2018. A doença ressurgiu em quatro países europeus onde era considerada erradicada.

Dados divulgados pela OMS em meados de agosto mostraram que, em todo o mundo, o número de casos triplicou nos sete primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2018, chegando a 364.808. Entre janeiro e julho do ano passado, a cifra foi 129.239.

Os números mais altos foram registrados na República Democrática do Congo, Madagascar e Ucrânia. Todas as regiões apresentaram um aumento no sarampo, com exceção das Américas, que registraram um pequeno declínio.

No Brasil, os dados da OMS apontam 1.045 casos da doença nos primeiros sete meses do ano. O país é o segundo das Américas com maior número de contaminados, atrás apenas dos Estados Unidos, que com 1.172 enfrentam seu maior número de casos em 25 anos. Esta semana, um homem de 42 anos sem registro de imunização, morreu em São Paulo por complicações causadas pelo sarampo. 

Segundo dados do Ministério da Saúde brasileiro, foram registrados 907 casos de sarampo entre os dias 5 de maio e 3 de agosto no país, sendo 901 em São Paulo, cinco no Rio de Janeiro e um na Bahia.

O sarampo é transmitido pelo ar e causa febre, mal-estar, tosse e irritações na pele. Apesar de altamente contagiosa, a doença pode ser evitada com duas doses de vacina, mas, segundo a OMS, as vacinações não ocorrem na proporção adequada. Entre as complicações que a doença pode causar estão a cegueira e, no caso das mulheres grávidas, abortos espontâneos.

“O restabelecimento das transmissões de sarampo é preocupante. Se não houver alta cobertura de imunização com o apoio de todas as comunidades, crianças e adultos sofrerão desnecessariamente, e alguns tragicamente morrerão”, afirmou Günter Pfaff, presidente da Comissão Regional de Verificação da Erradicação do Sarampo e da Rubéola.

Segundo a OMS, foram 89.994 casos de sarampo em 48 países europeus nos primeiros seis meses de 2019, mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2018, quando houve 44.175 casos. Os números já superam os 12 meses de 2018, quando foram registradas 84.462 ocorrências.

Foram registradas ainda 37 mortes relacionadas ao sarampo em 11 países: Ucrânia (18), Macedônia do Norte (5), Turquia (3), Rússia (2), Albânia (2), Geórgia (2), Itália (1), Quirguistão (1), Romênia (1), Espanha (1) e Suíça (1). Mais da metade das mortes (20) foi de crianças com menos de 10 anos.

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