O governo divulgou nesta segunda-feira (12) uma nova diretriz que dificulta a vida de solicitantes de visto para os Estados Unidos e de green card. Em 837 páginas, as novas regras divulgadas pelo Departamento de Homeland Security (DHS) basicamente querem garantias de que o solicitante tenha condições financeiras para se manter nos EUA que futuramente não dependa de benefícios federais.
Isso quer dizer que imigrantes de países mais pobres terão ainda mais dificuldade para obter o visto para ingressar no País. Solicitantes de green card que já usaram benefícios do governo também terão dificuldades para obter o tão sonhado cartão que lhe dá residência.
O anúncio foi feito pelo diretor do US Citizenship and Immigration Services, Ken Cuccinelli.
“Nosso intuito é proteger quem paga impostos e garantir que quem vem para o nosso País não sobrecarregue o sistema público. Queremos que o imigrante seja capaz de andar com as próprias pernas”, disse Cuccinelli.
Nesta nova resolução – que entra em vigor em outubro – as regras estão mais bem explicadas e preveem punição, por exemplo, para imigrantes (solicitantes de residência) que receberam benefícios públicos por mais de 12 meses em um período de 36 meses.
Entre os benefícios estão, food stamps, Medicaid, Supplemental Security Income (SSI) e Temporary Assistance for Need Families (TANF).
Esses fatores serão levados em consideração bem como a idade, condições de saúde, vida financeira e nível educacional.
As novas regras atualizam as últimas diretrizes publicadas em 1999.
“O presidente Trump está apenas reforçando os ideais de responsabilidade pessoal e autossuficiência”, ressaltou o diretor do USCIS. Ele acrescentou que as novas regras impedem que estrangeiros venham para os EUA para ‘abusar’ do sistema e consigam um green card.
Para a advogada de imigração Renata Castro, essas novas restrições impostas pelo governo visam não somente penalizar quem utiliza ou já utilizou benefícios financeiros do governo, mas também aumentar o foco em reduzir o número de pessoas que poderão no futuro necessitar desse benefício. “As decisões, que serão arbitrárias, poderão ter impacto em cidadãos de certos países mais do que de outros. Além disso, o governo vai passar a ter mais rigor em aprovar o green card para idosos por exemplo e para quem tem baixa renda”, completa.