A Califórnia será o primeiro estado americano a oferecer benefícios de saúde subsidiados pelo governo para indocumentados. A medida foi assinada pelo governador Gavin Newsom na terça-feira, dia 9 de julho, e garante a cobertura a cidadãos de baixa renda de até 25 anos, mesmo sem o status imigratório devido. A iniciativa faz parte do programa estadual Medicaid e deve favorecer cerca de 90 mil pessoas e custará aos contribuintes $ 98 milhões de dólares.
“Nós acreditamos que o melhor caminho é a assistência médica universal. Somos o estado mais anti-Trump da América quando se trata de política de saúde”, comemorou Newsom, ressaltando o forte contraste em relação às políticas de imigração do presidente dos EUA. Aliás, a ideia de garantir benefícios de saúde para os indocumentados é defendida pela maioria dos candidatos democratas à presidência.
Desde 2016, a Califórnia já oferece assistência médica gratuita a menores de 18 anos. Uma pesquisa recente do Instituto de Políticas Públicas, que não tem filiação partidária, mostrou quase 65% dos residentes do estado consideram positiva a cobertura médica subsidiada a jovens adultos indocumentados – numa pesquisa nacional conduzida pela CNN, porém, 59% dos entrevistados em todo o país se manifestaram contrários a esta medida. De acordo com as estatísticas, cerca de 14% dos imigrantes da Califórnia não possuem o status legal.
Parlamentares republicanos daquele estado criticaram a lei, argumentando que Newsom deveria gastar dinheiro em assistência médica para aqueles que vivem legalmente no país. “Seremos um ímã que atrairá ainda mais imigrantes, já que estamos assinando um cheque em branco”, lamentou o republicano Jeff Stone. Trump foi outro que atacou a iniciativa: “É uma loucura o que eles estão fazendo. E isso é muito injusto com nossos cidadãos”, disse o presidente.