Que o Brasil seria um dos finalistas da Copa América pouca gente duvidava. Porém, o que poucos apostavam era na seleção peruana como adversário. Sem ser apontada como uma das favoritas, a equipe andina fez uma campanha discreta na Fase de Grupos da competição. Estreou no Grupo A (o mais fraco de todos) com um empate sem gols com a Venezuela, derrotou a Bolívia por 3 a 1 e foi goleada pelo Brasil por 5 a 0.
Como melhor terceiro colocado, coube ao Peru enfrentar o Uruguai nas quartas de final. A Celeste Olímpica era tida como franco favorita. Afinal, possui uma dupla de zaga eficiente (Godin e Gimenez) e o ataque mais poderoso do torneio, com os artilheiros Luis Suarez (Barcelona) e Edinson Cavani (PSG). Para piorar, os peruanos vinham de uma goleada para a seleção brasileira por 5 a 0, com uma péssima atuação do goleiro Pedro Gallese.
Entretanto, a estratégia adotada pelo argentino Ricardo Gareca, técnico da seleção do Peru, surpreendeu os uruguaios que não conseguiram furar a retranca adversária. Quer dizer, até conseguiram, mas o VAR se incumbiu de anular os gols ao apontar acertadamente irregularidades nas jogadas. Daí, a decisão foi para a série de penalidades máximas. E brilhou a estrela de Gallese. O goleiro peruano, que já havia defendido o pênalti cobrado por Gabriel Jesus, impedindo o sexto gol da seleção canarinho, pulou no seu canto direito e impediu o gol do craque Luizito Suarez. As outras quatro penalidades foram convertidas pelos uruguaios, porém os peruanos não desperdiçaram nenhuma das cinco cobranças e se classificaram para a semifinal contra o Chile.
Novamente, o adversário despontou como favorito. Afinal, a seleção chilena era a atual bicampeã do torneio, tendo vencido as duas últimas decisões contra a Argentina, em cobranças de pênaltis. Os analistas afirmavam que o Peru entraria cauteloso e usaria a mesma tática adotada contra o Uruguai. Marcar forte, jogar em contra-ataque e apostar na loteria dos pênaltis. Ledo engano. Mais uma vez, Gareca surpreendeu. Sua equipe entrou marcando forte, porém, sempre atacando o Chile. Para piorar, suas estrelas não luziram. Nem Arturo Vidal, nem Sanchez, nem Vargas jogavam bem. Apenas Charles Aranguiz tentava alguma coisa no meio de campo, mas sem força para conter o ímpeto dos peruanos, que abriram o placar com o gol de Flores e ampliaram para 2 a 0 com Yotun ainda no primeiro tempo.
O técnico colombiano Reinaldo Rueda fez substituições, no entanto, sem resultado. As poucas vezes que os chilenos conseguiam vencer a marcação dos peruanos e criar situações de gol eram neutralizadas pelo arqueiro Gallese. Ironicamente, ele entrou na “Sele Baba” do G1 como pior goleiro da Fase de Grupos. Nas fases eliminatórias, vem sendo destacado como pegador de pênaltis, pois impediu até mesmo o gol de honra do Chile ao defender a penalidade máxima batida por Eduardo Vargas no final do jogo. Pouco antes disto, Guerrero mostrou seu faro de artilheiro ao marcar o terceiro gol peruano, com direito à finta no goleiro Arias.
Brasil contestado, mas soberano
A seleção brasileira vem cumprindo seu papel, alternando boas e más partidas. Estreou no Grupo A com uma vitória de 3 a 0 sobre a Bolívia (a pior seleção da Copa América), depois ficou no 0 a 0 com a Venezuela, por não ter conseguido furar a retranca armada pelo técnico venezuelano Rafael Dudamel, ex-goleiro da seleção de seu país. Logicamente isto disparou uma série de críticas sobre os jogadores e a comissão técnica e eles estavam sedentos pela recuperação.
Isso ocorreu na última partida da Fase de Grupos, exatamente contra o Peru. Três falhas do goleiro Gallese permitiram ao Brasil fazer 3 a 0 ainda no primeiro tempo. Depois, ainda teve tempo de marcar mais dois gols e só não terminou 6 a 0 porque Gabriel Jesus perdeu o pênalti.
Cheio de moral, o Brasil foi enfrentar o Paraguai, seleção com uma campanha pífia (dois empates e uma derrota) e todos supunham nova goleada. Desta vez, porém, a goleada não se repetiu. Aliás, nem mesmo a vitória. A seleção brasileira ficou no 0 a 0 com os paraguaios. Só para lembrar. Nas duas últimas edições de Copa América (2011 e 2015) o Brasil foi eliminado pelo Paraguai nas disputas de pênaltis. Desta vez, o resultado foi diferente. A seleção brasileira derrotou a paraguaia por 4 a 3 na série de penalidades máximas, com direito a uma defesa do goleiro Alisson Becker e o pênalti decisivo cobrado pelo contestado Gabriel Jesus.
Veio então a temível Argentina. Mesmo com uma seleção desconjuntada, a Argentina possui bons jogadores como Aguero, Lautaro Martinez, De Paul, Otamendi, Armani e a estrela Lionel Messi. A partida foi a melhor da Copa América, pois os dois times saíram para o jogo, sempre em busca da vitória. O Brasil foi mais feliz ao abrir o placar por intermédio de Gabriel Jesus ao completar uma excelente jogada coletiva da qual participaram Coutinho, Dani Alves e Firmino, autor do passe final. Apesar do baque, os argentinos continuaram a atacar e colocaram uma bola no travessão de Alisson, com uma cabeçada de Sergio Aguero.
Na segunda etapa, los hermanos vieram dispostos a empatar e criaram oportunidades para isso. Duas bolas cruzaram a área da seleção brasileira sem que alguém colocasse o pé para empurrá-las para dentro do gol. E Messi ainda colocou uma bola na trave direita de Alisson, autor de uma defesa segura em outra falta batida por Messi.
Como diz o ditado, quem não faz toma. Após uma arrancada de 71 metros, Gabriel Jesus partiu do campo de defesa do Brasil e se livrou de três adversários, escapando inclusive das faltas, para dar um passe açucarado a Firmino que não teve nenhuma dificuldade de fuzilar o goleiro Armani e fazer 2 a 0, decretando o placar final. E assim o goleiro Allison Becker continua sem tomar nenhum gol.
O resultado não refletiu com exatidão o equilíbrio da partida, pois, além das duas bolas nas traves, os jogadores argentinos protestaram, alegando não terem sido marcados dois pênaltis. De fato, as duas jogadas foram discutíveis – um empurrão de Arthur sobre Otamendi e uma disputa entre Daniel Alves e Kun Aguero – e mereceriam ter sido analisadas pelo VAR. Particularmente, acho que não houve nada no lance entre Dani Alves e Aguero, mas fiquei em dúvida na jogada envolvendo Arthur e Otamendi.
Ironicamente, Argentina e Chile disputam o terceiro lugar no sábado (6) no Itaquerão em São Paulo. As duas seleções foram protagonistas das últimas decisões, sempre com vantagem para o Chile. Esta (boa) geração de jogadores argentinos terá suas últimas chances de conseguir um título na Copa América no ano que vem, que será disputada simultaneamente na Argentina e na Colômbia, e na Copa do Mundo de 2022 no Qatar. A realização da Copa América em dois anos seguidos (2019 e 2020) ocorre porque, a partir de 2020, o torneio será disputado simultaneamente à Eurocopa, de quatro em quatro anos.
Já o Brasil tenta manter a escrita de sempre ter sido campeão da Copa América quando sediou a competição. Esta é a sexta vez que o país foi escolhido como sede. No total, são oito títulos conquistados, e pode-se chegar ao nono. Para isso basta derrotar o Peru no Maracanã, no domingo, 7 de julho, a partir das 4 PM, horário de Miami. É o que espera a torcida brasileira, se possível sem levar gols.
O Peru, por sua vez, tenta o título pela terceira vez, pois foi campeão em 1939 e 1975. Não há como deixar de parabenizar o trabalho de Gareca. Ele conseguiu levar o Peru a uma Copa do Mundo depois de 36 anos e agora coloca a seleção inca em uma final de Copa América depois de 44 anos!
Estados Unidos decide Copa do Mundo com Holanda
Pelo jeito, as americanas vão novamente soltar o grito de É Campeão! Favoritíssima ao título da Copa do Mundo de Futebol Feminino, a seleção dos Estados Unidos chega com moral à final. Cabeça de chave do Grupo F na Fase de Grupos, a seleção das listras e estrelas goleou a Tailândia impiedosamente por 13 a 0, com cinco gols de Alex Morgan. Depois bateu Chile e Suécia, respectivamente por 3 a 0 e 2 a 0. Nas oitavas de final, derrotou a Espanha por 2 a 1, bateu a anfitriã França também por 2 a 1 e venceu a Inglaterra pelo mesmo placar, com direito à comemoração de Morgan simulando tomar uma xícara de chá, após ter feito o gol da vitória. Isto valeu às americanas o apelido de arrogantes.
Para conquistar seu quarto título (venceu em 1991, 1999 e 2015), as americanas precisam derrotar as holandesas que chegam a uma final de Copa do Mundo pela primeira vez em sua história. Elas querem superar os rapazes que chegaram a três decisões, mas nunca foram campeões – foram vice em 1974, com Alemanha campeã; vice em 1978, com Argentina campeã, e vice em 2010, com Espanha campeã.
O caminho das holandesas para chegar à final: Elas venceram os três jogos da Fase de Grupos: 1 a 0 sobre Nova Zelândia; 3 a 1 sobre Camarões, e 2 a 1 sobre Canadá pelo Grupo E. Nas oitavas de final, eliminaram o Japão com a vitória de 2 a 1; nas quartas de final derrotaram a Itália por 2 a 0 em partida equilibrada e, na semifinal venceram a Suécia por 1 a 0, em outro jogo dramático.
A exemplo da Copa América, a final da Copa do Mundo de Futebol Feminino está marcada para o dia 7 de julho em Lyon às 11 AM, horário de Miami. No mesmo horário, Inglaterra e Suécia jogam no sábado (6) em Nice para definir quem fica com a terceira colocação.
Major League Soccer anuncia planos para expandir a liga para 30 times
O comissionado Don Garber da Major League Soccer anunciou esta semana sua intenção de expandir a MLS para 30 times num futuro próximo, mais do que os 28 previstos anteriormente.
O futebol (soccer) profissional está em alta nos EUA e Canadá, e esta expansão durante a última década e meia tem sido um fator importante para o crescimento da MLS. Isto tem atraído o interesse dos investidores e a liga os recebe de braços abertos.
Entretanto, há um limite para cidades na América do Norte com capacidade de hospedar equipes profissionais competitivas. Portanto, logo não haverá mais espaço para ampliação e os investidores terão de comprar equipes já existentes.
Em 2006, MLS tinha 11 times. Nesta temporada, há 24, com outros três já em processo de viabilização – inclusive o Miami Internacional comandado por David Beckham.
Raulzinho vai jogar no Sixers
O brasileiro Raulzinho será jogador do Philadelphia 76ers na próxima temporada. Dispensado pelo Utah Jazz no início da semana, o armador tem um acerto verbal para atuar por um ano pelos Sixers. Ele deve assinar pelo salário mínimo da NBA (algo em torno de 1,8 milhão de dólares).
Raulzinho atuou por quatro anos pelo Utah Jazz. Neste período, o armador brasileiro não teve muitas oportunidades e fez médias por partida de 4,8 pontos, 1,9 assistências e 1,3 rebotes em 199 jogos (54 como titular).
“Tenho identificação com o sistema de jogo dos Sixers, que têm um time muito competitivo. Embiid e Simmons são a base de equilíbrio da equipe, Embiid chama a defesa e isso cria espaços para o ataque, dá oportunidade para os arremessos. Quero levar um pouco da minha experiência também, os 76ers estão vindo de uma grande temporada e é uma equipe que vai brigar pelo título”, finalizou o armador, que ainda não definiu qual número vai usar na nova equipe, porque o 25, que vestia nos Jazz, é utilizado por Ben Simmons, uma das estrelas da equipe. O armador é o terceiro brasileiro confirmado para a temporada 2019/2020 da NBA ao lado de Cristiano Felício (Chicago Bulls) e Bruno Caboclo (Memphis Grizzlies).