Confrontos se acirram no país e EUA estudam ajudar rebeldes
O conflito na Líbia já provocou a fuga de mais de 215 mil pessoas do país, principalmente trabalhadores imigrantes – homens solteiros, em sua maioria. O cálculo foi feito por agências humanitárias, como o Alto Comissariado para Refugiados da ONU (ACNUR), que indicam que o fluxo está indo em direção a países vizinhos, como Tunísia, Egito e Níger. O número de refugiados pode chegar a 400 mil até o final da crise, estimam os especialistas.
Os conflitos estão se intensificando e tropas, tanques e aviões de guerra do governo líbio atacaram rebeldes em vários pontos do país. O objetivo é conter as manifestações contra o ditador Muammar Kadafi, que está no poder há mais de quatro décadas, e as forças de segurança no país não hesitam sequer em bombardear civis. Esta semana um carro de uma família em Ras Lanuf, região do estratégico porto petroleiro no leste da Líbia, foi atingido, matando uma pessoa e ferindo duas crianças gravemente. Muitos moradores resolveram abandonar a região.
Em contrapartida, os Estados Unidos não descartam a possibilidade de uma intervenção militar na Líbia. Fontes indicam que a Casa Branca poderia fornecer armas aos opositores de Kadafi, mas o certo que o próprio presidente Barack Obama já advertiu ao ditador que o uso da violência contra a população não será tolerado. O assunto, aliás, será tema de uma reunião de emergência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), já que há opiniões variadas: França e Reino Unido defendem uma zona de exclusão aérea na Líbia, enquanto que a Rússia e a China são contra qualquer tipo de intervenção.
Kadafi, por sua vez, nega qualquer problema no país, preferindo atribuir ao sensacionalismo da imprensa as notícias dos confrontos entre forças leais ao governo e rebeldes que tentam derrubar o regime.