A comissária de bordo Selene Saavedra Roman, portadora do DACA que foi detida pelo U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) por cinco semanas, foi liberada da prisão no último dia 21. Depois de retornar em um voo a trabalho do México para Houston (TX) no dia 12 de fevereiro, a jovem foi barrada no aeroporto e detida por oficiais do ICE.
Selene nasceu no Peru e veio para os EUA com os pais aos três anos de idade de forma ilegal. Ela é beneficiária do Deferred Action for Childhood Arrival (DACA).
“Ser liberada é um sentimento indescritível”, disse ela através de um porta-voz. “Eu chorei, abracei o meu marido e não queria soltá-lo mais. Eu sou muito grata às pessoas maravilhosas que lutaram por mim e isso enche o meu coração. Obrigado a todos que apoiaram. Eu estou bastante feliz de ter a minha liberdade de volta”.
A prisão da jovem gerou uma grande comoção nas redes sociais e também da Association of Flight Attendants, que lançou uma petição on-line para que Selene fosse libertada. A petição recebeu mais de 11 mil assinaturas.
Até mesmo a Democrata Hillary Clinton chamou a atenção para o caso em seu Twitter. “Esta é uma história horrível: uma beneficiária do DACA sem antecedentes foi informada por sua companhia aérea que ela poderia trabalhar em uma rota para o México. Agora ela está detida e a ICE está ameaçando revogar seu status”, escreveu Clinton.
O ICE informou que verificava o status migratório de Roman. Anteriormente, o órgão disse que a comissária de bordo não possuía um documento válido para entrar nos EUA e que ela foi detida enquanto aguardava os trâmites no tribunal de imigração. O United States Citizenship and Immigration Services (USCIS), o órgão que administra o DACA, evitou comentar o caso, entretanto, emitiu um comunicado alertando que os beneficiários que saírem dos EUA sem uma permissão especial não são mais cobertos pelo programa. O USCIS não emite mais tais permissões.
Os jovens beneficiados pelo DACA são conhecidos como “Dreamers”, devido a proposta conhecida como “DREAM Act”, que nunca foi aprovada no Congresso. A administração Trump tentou diversas vezes acabar com o programa, mas foi bloqueada pelos tribunais. Aplicações novas foram suspensas, mas as renovações continuam para aproximadamente 800 mil beneficiados.