José Antônio Pereira é brasileiro e não desiste nunca. Morador de Massachusetts, o mineiro de Sabinópolis veio para os Estados Unidos em 1999. Na ocasião, a chegada foi a Miami (FL), posteriormente Connecticut e, em 2009, Massachusetts, onde vive atualmente.
De acordo com o jornal Brazilian Times, a saga vivida pelo mineiro começou em 2001, quando ele perdeu a oportunidade de se legalizar no país por meio da emenda de lei 245(i), assinado pelo presidente Bill Clinton poucas semanas antes de deixar o cargo. Essa emenda permitia que os imigrantes indocumentados se legalizassem por meio de contrato de trabalho, não importando como haviam entrado nos EUA, sob algumas condições.
Naquela época, Zé Pereira, como é popularmente conhecido na comunidade, perdeu a oportunidade de se beneficiar da lei devido à falta de conhecimento, estar desempregado e não ter um patrocinador que assinasse o contrato de trabalho para ele. Já em 2004, ele alega ter sido “ludibriado” por uma pessoa que havia prometido a legalização.
“Gastei dinheiro e não obtive nada”, relatou ao BT.
Pereira disse que o fato de ter perdido a possibilidade de se legalizar há uma década o fez sofrer de depressão, mas ao mesmo tempo surgiu a ideia de enviar cartas à Casa Branca, na esperança que seus pedidos de legalização um dia fossem atendidos.
“Já enviei cartas para o ex-presidente Barack Obama e para o atual, Donald Trump”, disse ele. “Eu recebi algumas cartas respostas assinadas por Trump e Obama. Mas, eu não vou desistir”.
Entre as respostas, uma que José Antônio considera mais emocionante foi a carta enviada por Barack Obama, quando já não ocupava mais a presidência. “Isso aconteceu em junho de 2017 em resposta à uma carta que enviei em janeiro do mesmo ano. O teor do documento citava as minhas frustrações com palavras muito bonitas de apoio”, relatou.
Pereira revelou não ter medo de enviar as cartas às autoridades americanas e que planeja continuar fazê-lo até que seus pedidos sejam atendidos. Inicialmente, esses pedidos tinham um caráter individual, entretanto, com o passar dos anos, adquiriram um teor coletivo. Durante uma década de militância, o brasileiro calcula que já recebeu aproximadamente 100 respostas enviadas pela Casa Branca e do U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE).