O presidente Donald Trump vai declarar emergência nacional para conseguir os recursos necessários para financiar o muro na fronteira com o México, informou nesta quinta-feira (14) a secretária de Imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders. A assinatura do presidente evita uma nova paralisação do governo.
O senador Mitch McConnell confirmou que Trump vai assinar o acordo feito por Democratas e Republicanos. Segundo alguns veículos de imprensa, a negociação inclui $1,375 bilhão para a construção de barreiras verticais de aço na fronteira com o México, e não em um muro sólido, como deseja o presidente Donald Trump. O valor acordado permite a construção de 89 km de muros.
O valor é muito inferior ao exigido inicialmente pelo mandatário americano para a construção da barreira de concreto. Trump quer $5,7 bilhões para a construção de 215 km de muros, por essa razão, o presidente vai declarar emergência para conseguir os recursos que faltam.
Por outro lado, o acordo omitiria o limite máximo de detidos no país, que era uma exigência democrata, segundo o jornal “The Washington Post”.
Sarah Sanders publicou um comunicado no Twitter em que justifica a decisão do presidente em declarar emergência: “Assegurar o fim da crise humanitária e de segurança nacional na fronteira”.
Na prática, a declaração de emergência dá ao presidente permissão de usar fundos federais sem aprovação do Congresso para a construção do muro na fronteira com o México – uma das promessas de campanha do republicano.
Com isso, Trump não precisaria rejeitar o acordo aprovado nesta quinta-feira (14) no Senado dos EUA. A própria Casa Branca já adiantou que o presidente aprovará a proposta, que também precisa passar pela Câmara.
O acordo tem mais de mil páginas e foi feito para evitar nova paralisação parcial do governo. Trump já havia declarado que estava insatisfeito com os termos da proposta – que não incluía a construção do muro. O presidente, porém, disse que não queria um novo “shutdown”.
A líder da oposição e presidente da Câmara, Nancy Pelosi, rapidamente reagiu. Ela nega que haja uma emergência na fronteira sul dos EUA e afirmou que tomará medidas judiciais para reverter a decisão de Trump. O senador Chuck Schumer, líder do Partido Democrata no Senado, disse que a declaração de emergência, caso se confirme, será “um enorme abuso de poder da Presidência”.
O governo ficou parcialmente paralisado entre 22 de dezembro e 25 de janeiro, o mais longo “shutdown” da história do país. Isso porque o Congresso não aprovou o orçamento que incluía cerca de $5,7 bilhões para a obra do muro na fronteira, uma das promessas de campanha de Trump.