Um estudo divulgado na quarta-feira (16) mostra que pelo sétimo ano consecutivo o número de pessoas que ultrapassou o tempo do visto é bem maior que o número de imigrantes ilegais que atravessou a fronteira do México com os EUA. As informações são da NPR.
O estudo foi feito pelo Center for Migration Studies de New York e mostra que, entre 2016 e 2017, 62% dos novos imigrantes indocumentados entraram pelo aeroporto e passaram do tempo de permanência previsto no visto e 38% entraram ilegalmente pelo México.
O objetivo do estudo é mostrar que a insistência do presidente Trump na construção do muro – impasse que fechou parcialmente o governo desde o dia 22 de dezembro – perde o sentido quando se observam as estatísticas.
“É claro por meio dessa pesquisa que maior parte da população indocumentada entrou nos EUA com visto e não pela fronteira”, afirma Donald Kerwin, coordenador da pesquisa. “Como os números mostram, construir centenas de milhas de um muro que não vai resolver a questão imigratória nos EUA. Longe disso”.
O estudo também mostra que o número de mexicanos que atravessou a fronteira caiu. Em 2017, foram 400 mil mexicanos a menos e, desde 2010, 1.3 milhão a menos.
O estudo mostra, ainda, que a população de imigrantes vindos do México é hoje menos da metade de toda a população indocumentada nos EUA. Ao mesmo tempo, aumentou o número de imigrantes da Índia, China e Venezuela, que enfrenta uma grave crise econômica. Cerca de 145 mil venezuelanos passaram o tempo permitido do visto em 2017. Esse número era de 60 mil em 2013.
Um ex-diretor do departamento de estatísticas da imigração, Robert Warren, disse que os ex-presidentes Bush e Barack Obama aumentaram muito a fiscalização na fronteira e isso reflete a queda desse tipo de imigração.
“Como mais de metade de todos os residentes indocumentados dos EUA chegam por via aérea, os postos de emissão de vistos se tornaram a verdadeira linha de frente para impedir a migração ilegal”, conclui o estudo. “Este relatório sugere que mais atenção e recursos devem ser dados a essa missão crucial do Departamento de Estado dos EUA”, conclui o estudo.
Acesse o estudo completo pelo link.