O prefeito de New York, Bill De Blasio, do Partido Democrata, provou mais uma vez estar do lado dos imigrantes, na contramão do que vem acontecendo em âmbito federal. Na última terça-feira (8), De Blasio anunciou um ambicioso plano de saúde que vai garantir a cobertura para 600 mil nova-iorquinos sem seguro saúde, mais da metade deles, imigrantes indocumentados.
“A partir deste momento em New York City todos têm acesso à cobertura de saúde”, disse o prefeito sobre o novo programa denominado NYC Care.
O NYC Care terá inicio nos próximos meses e levará pelo menos dois anos para ser implementado por completo. O custo será de pelo menos $100 milhões, mas o prefeito argumentou que a cidade vai economizar mais dinheiro, já que as pessoas vão procurar a emergência em menor número.
O prefeito garantiu que não vai aumentar os impostos na cidade e que o novo programa será financiado por meio do sistema público de saúde da cidade, que agora está em melhor forma financeira depois de anos de dificuldades.
“Estamos gastando muito dinheiro agora e não estamos gastando da maneira que queremos porque as pessoas vão ao pronto-socorro”, disse De Blasio em entrevista coletiva. “Você acaba economizando ao longo do tempo por não ter pessoas recebendo cuidados de saúde da maneira errada.”
Como vai funcionar
Diferentemente da maior parte das cidades americanas, New York tem um sistema municipal de saúde composto por 11 hospitais públicos e 70 clínicas, todos gratuitos, e um plano de saúde de baixo custo, que opera dentro do Obamacare.
Mas os nova-iorquinos tendem a usar a rede pública apenas no caso de emergências, sem aproveitar o serviço para consultas de rotina ou exames simples, e muitos imigrantes nem sabem que estes serviços também se estendem a eles.
A ideia da iniciativa é aliviar os prontos-socorros municipais, garantindo mais acesso à rede existente gratuita de clínicos gerais e serviços de prevenção.
Em uma primeira fase, a prefeitura pretende fazer isso promovendo o plano de saúde municipal, chamado Metroplus, cujos preços mensais dependem da renda do morador, podendo até sair de graça. Mas o Metroplus só está disponível a cidadãos americanos e residentes com visto em dia, o que excluiria os imigrantes ilegais.
A segunda fase se destina a quem não pode ou não quer ter um plano de saúde. O sistema vai cadastrar os interessados, que não precisam apresentar documentos que comprovem status imigratório, para em seguida designar um clínico geral para cada usuário e facilitar o agendamento de consultas, que serão pagas de acordo com as possibilidades financeiras de cada um. Haverá também um serviço telefônico gratuito 24 horas por dia.
Cuidados de saúde mental e tratamento de abuso de drogas e álcool também estão incluídos na iniciativa. O programa deve começar em agosto no distrito do Bronx e se estender a toda cidade até 2021. (Com informações da CNN e Agência RFI).