Um imigrante indocumentado que estava em um “santuário” em uma igreja da Carolina do Norte há mais de um ano foi levado sob custódia do U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) na sexta-feira (23) ao sair do escritório da imigração onde tinha ido tirar impressões digitais.
O mexicano Samuel Oliver Bruno, de 47 anos, tinha um agendamento marcado para discutir uma petição que tentava adiar sua deportação. Ele saiu da Igreja Metodista Unida CityWell, em Durham (NC), onde vivia no porão, e seguiu para o escritório do US Citizenship and Immigration Services e acabou detido.
Bruno foi cercado por agentes à paisana do ICE “apenas alguns minutos” depois de entrar no escritório do USCIS, acompanhado por seu filho de 19 anos, seus advogados de imigração e membros da igreja e comunidade, de acordo com a CNN. Ele foi “forçado” a entrar em uma caminhonete nos fundos do prédio, mas seus apoiadores, que esperavam do lado de fora do escritório, “correram para bloquear o veículo”, disse uma ONG ligada a imigrantes.
Agentes que estavam no local tentaram avisar o grupo em torno da caminhonete que eles seriam presos por obstrução se eles não se dispersaram. Vinte e sete pessoas, incluindo o pastor de Citywell, Cleve May, foram presas quando se recusaram a obedecer às ordens para se afastar.
“Eles não queriam sair de frente da caminhonete”, disse a porta-voz. “Nossos policiais tiveram que colocá-los sob prisão por não dar (ao veículo) o direito de passagem”.
“Isca”
O ICE explicou as razões para a prisão. “O Sr. Oliver-Bruno é um criminoso condenado que recebeu todo o processo legal apropriado sob a lei federal, não tem apelações pendentes e não tem base legal para permanecer nos EUA”, disse Bryan Cox, diretor de comunicações da ICE, em uma declaração.
O pastor Cleve May, que acompanhou o imigrante, disse que eles temiam que isso poderia acontecer. “Eles usaram um agendamento legítimo como isca. Nós fomos com ele para oferecer proteção, mas não adiantou, eles não são confiáveis”.
Em maio de 2014, Oliver Bruno foi preso por agentes da Patrulha de Fronteira dos EUA em El Paso, Texas, “enquanto tentava entrar nos EUA usando documentos fraudulentos”, disse Cox. Ele foi então suspenso “exclusivamente por processo criminal federal” e foi condenado no Tribunal Distrital dos EUA pelo Distrito Oeste do Texas no final daquele mês, disse Cox.
Bruno foi libertado da custódia do ICE em junho de 2016, e seu caso “esteve sujeito a extensas apelações”, disse Cox, acrescentando que as autoridades “concluíram que Oliver Bruno não tem base legal para permanecer nos EUA”.
O USCIS havia solicitado Samuel fornecesse as impressões digitais pessoalmente, um requisito para sua petição de deportação adiada, noticiou o The News and Observer. Ele se mudou de sua casa em Greenville para a igreja no ano passado, depois que o ICE o notificou de que deixaria de praticar o livre arbítrio por sua remoção, informou o jornal local. O ICE normalmente não faz prisões em igrejas, escolas ou hospitais. (Com informações da CNN).
