Aos 63 anos, Jair Messias Bolsonaro (PSL) foi eleito presidente do Brasil neste domingo (28) e assume o cargo em 1 de janeiro. Bolsonaro venceu Fernando Haddad (PT). De acordo com a apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com 96,27% das urnas apuradas, ele havia recebido 56,1 milhões de votos (55,49%).
Eleitores de Bolsonaro tomaram as ruas de diversas cidades brasileiras para celebrar a vitória.
Ao ler o discurso da vitória na porta da sua casa no Rio de Janeiro, Bolsonaro disse que o novo governo será um “defensor da Constituição, da democracia e da liberdade”.
“Faço de vocês minhas testemunhas de que esse governo será um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade. Isso é uma promessa, não de um partido, não é a palavra vã de um homem, é um juramento a Deus”, afirmou.
Bolsonaro afirmou no discurso que assumiu o compromisso de fazer um “governo decente”, formado por pessoas com o propósito de transformar o Brasil em uma “grande, próspera, livre e grande nação”.
Bolsonaro declarou que a “liberdade é um princípio fundamental” e citou como exemplos a liberdade de ir e vir, político e religiosa, de informar e de ter opinião e de fazer escolhas.
“Como defensor da liberdade, vou guiar um governo que defenda e proteja os direitos do cidadão que cumpre seus deveres e respeita a leis. Elas são para todos porque assim será o nosso governo: constitucional e democrático”, declarou o presidente eleito.
O presidente eleito declarou que a futura administração precisa criar condições para “que todos cresçam”. Segundo ele, o governo federal vai reduzir estrutura e burocracia e cortará “desperdícios e privilégios”.
“Nosso governo vai quebrar paradigmas, vamos confiar nas pessoas, vamos desburocratizar, simplificar e permitir que o cidadão, o empreendedor, tenha mais liberdade e construir o seu futuro. Vamos desamarrar o Brasil”, declarou.
No discurso, Bolsonaro ainda agradeceu às equipes da Santa Casa de Juiz de Fora (MG) e do hospital Albert Einstein, de São Paulo, locais pelos quais passou após o atentado no qual recebeu uma facada em setembro, durante ato de campanha.
Quem é Bolsonaro
Deputado federal pelo PSL (Partido Social Liberal), com cerca de três décadas de vida parlamentar, Bolsonaro é também o primeiro presidente eleito fora da polarização entre PSDB e PT que marcava a corrida presidencial desde 1994.
Seu vice, Antônio Hamilton Martins Mourão (PRTB), de 65 anos, é general da reserva do Exército.
Pai de cinco filhos, Bolsonaro está em seu terceiro casamento, com Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro. Seus filhos são Flávio, eleito senador no Rio, Carlos, vereador também no Rio, e Eduardo, reeleito neste ano deputado federal por São Paulo com a maior votação para o cargo no país, todos do casamento com Rogéria Nantes Nunes Braga. É pai ainda de Renan, que teve com Ana Cristina Siqueira Valle, e de Laura, do atual casamento.
Bolsonaro nasceu em Campinas (SP), mas foi criado na cidade de Eldorado, a 243 quilômetros de São Paulo. Formou-se em 1977 na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ), e chegou à patente intermediária de capitão. Em 1988, foi para a reserva, após ter sido eleito vereador no Rio de Janeiro. Ele já passou por oito partidos.
Atualmente no PSL, sigla que até este ano possuía apenas oito das 513 cadeiras na Câmara dos Deputados, o deputado foi responsável pelo crescimento do partido no último dia 7. Foram eleitos graças à onda que se formou em torno de seu nome 52 deputados federais, a segunda maior bancada, atrás apenas do PT, com 56. A agremiação também elegeu quatro senadores.
Como político, Bolsonaro dedicou os últimos 27 anos à vida parlamentar em Brasília, tendo apresentado, no período, 162 projetos e aprovado apenas dois. O primeiro deles, prorrogava benefícios fiscais aos setores de informática e automação. O segundo autorizava o uso da fosfoetanolamina sintética — substância conhecida por “pílula do câncer”, cuja eficácia nunca foi comprovada cientificamente — por pacientes com a doença.
Pertencente ao chamado baixo clero no Congresso, Bolsonaro começou a se credenciar como candidato à Presidência em meio à derrocada dos governos petistas e ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016. (Com informações do G1 e Veja).