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Coiotes fazem falsas promessas de cidadania a mães e filhos na Guatemala

Em pequenas rádios, traficantes de pessoas anunciam uma vida melhor por $10 mil a famílias vulneráveis

Um número expressivo de pessoas detidas na fronteira dos EUA (detalhe) ainda aguarda audiências nos tribunais de imigração
Um número expressivo de pessoas detidas na fronteira dos EUA (detalhe) ainda aguarda audiências nos tribunais de imigração

Traficantes de pessoas na Guatemala estariam anunciando em pequenas estações de rádio que mulheres grávidas ou acompanhadas de crianças têm facilitada a obtenção de cidadania nos EUA.

“Eles (locutores) dizem que se você levar uma criança, você é autorizado a entrar nos Estados Unidos e consegue a cidadania”, disse Dora Alonzo, líder comunitária guatemalteca, que se encontrou com o comissário da Patrulha da Fronteira, Kevin K. McAleenan. Ela enfatizou que a travessia pode custar até $10 mil. “Agora, eles estão dizendo que as mulheres grávidas que vão também obtêm a cidadania”.

McAleenan, em resposta, informou que tais promessas são mentirosas, mas reconheceu que os EUA devem fazer um trabalho melhor no processamento das pessoas que são capturadas atravessando clandestinamente a fronteira. “Não existe a possibilidade de permanecer nos EUA se você trouxer uma criança contigo. Não existe a possibilidade de ficar simplesmente porque você está grávida”, comentou. “Entretanto, o nosso sistema judiciário é muito lento, então, você pode ter a falsa impressão por ter que ficar nos EUA durante um ano ou dois antes de ser repatriado”.

As estatísticas do Departamento de Segurança Nacional (DHS) indicam que somente 1.4% dos familiares que entram clandestinamente nos EUA vindas de países como Guatemala, Honduras e El Salvador neste ano fiscal foram deportadas. Um expressivo número delas ainda aguarda audiências nos tribunais de imigração, os quais apresentam um acúmulo de 750 mil casos.

“Os contrabandistas e traficantes entendem as nossas leis falhas de imigração melhor do que ninguém, portanto, sabem que se uma família é detida na fronteira ela tende a ser enviada para o interior”, disse Tyler Houlton, secretário de imprensa do DHS, em setembro. “Especificamente, o DHS é obrigado a liberar as famílias que entram clandestinamente nos EUA em até 20 dias depois da detenção”.

“Nós sabemos que a vasta maioria das famílias que foram liberadas, apesar de não terem nenhum direito legal de permanecer nos EUA, não saem do país ou são removidas”, acrescentou.

Os guatemaltecos que se sucedem bem no exterior enviam grandes quantias de dólares anualmente para seus parentes, além da falta de empregos e pobreza no país, isso parece inspirar os conterrâneos a também imigrarem para os EUA, apesar do risco de morte ao longo da jornada. “Nós tentamos desencorajar as pessoas, mas enquanto houver a possibilidade atraente de permanecer no país, eles (imigrantes) vão continuar vindo”, disse Jason Owens, chefe da BP no Setor de Labrador. (Com informações do Washington Post).

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