Censo mostrou também que a crise imobiliária juntou famílias sob o mesmo teto
A crise afetou o modo de vida dos americanos. Dados divulgados pelo Censo mostraram, por exemplo, que a desigualdade entre ricos e pobres no país atingiu um patamar recorde: Os 20% do topo da pirâmide, aqueles que ganham mais de 100 mil dólares por ano, ficaram com 49,4% de toda a a riqueza gerada nos EUA, enquanto os 20% na base ficaram com apenas 3,4%. A proporção é de 14,5 para 1, contra 13,6 em 2008.
“A desigualdade de renda está aumentando. Mais que em outros países, nos Estados Unidos temos uma distribuição de renda na qual os salários vão para o topo em uma economia que privilegia os mais fortes”, disse Timothy Smeeding, professor da Universidade de Wisconsin-Madison. O Censo mostrou ainda que a renda familiar média recuou 2,9% (de US$ 51.726 por ano em 2008 para US$ 50.221 em 2009). A menor é a do estado do Mississippi e a maior, a de Maryland. A fatia de americanos com renda de metade da linha da pobreza – cerca de 11 mil dólares por ano para uma família de quatro pessoas – está agora em 6,3% da população.
A pesquisa revelou ainda questões curiosas, resultantes da crise. O número de adultos casados, por exemplo, nunca esteve tão baixo. No ano passado, apenas 52% dos americanos com mais de 18 anos se casaram, contra 57% em 2000. Enquanto isso, o número de pessoas vivendo sob o mesmo teto passou de 2,41 em 2006 para 2,48 no ano passado, num reflexo da crise imobiliária que assola a América há alguns anos. De fato, o índice de casas vazias passou de 11,6% para 12,6% na mesma comparação, como conseqüência da retomada de imóveis pela inadimplência das hipotecas (foreclosure).