O senador John McCain afirmou, na noite desta segunda-feira (18), que o governo de Donald Trump deve interromper “agora” a política de separação de famílias de imigrantes ilegais. McCain é do Partido Republicano, o mesmo do presidente.
Pelo Twitter, McCain disse que a separação familiar é “uma afronta à decência do povo americano e contra os princípios e valores nos quais a nação foi fundada”.
Trump chegou a afirmar, nesta segunda-feira, que os Estados Unidos “não serão um campo de imigrantes”.
Por volta de duas mil crianças foram separadas de seus pais ao entrar ilegalmente na fronteira dos Estados Unidos a partir do México em um período de seis semanas. A informação do Departamento de Segurança Nacional dos EUA foi obtida pela agência de notícias Associated Press.
No início de maio, o governo passou a aplicar de forma rigorosa uma normativa segundo as quais as famílias que entram de forma clandestina no país são imediatamente separadas e as crianças menores levadas para instalações desconhecidas por seus pais. Quando anunciou a política de “tolerância zero”, o procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, argumentou que as crianças não poderiam ser presas com os adultos.
A medida foi elaborada e aprovada durante o governo de Barack Obama, apesar de ter sido aplicada apenas em casos excepcionais. Seu endurecimento causou polêmica nacional. A ONU denunciou uma “violação grave dos direitos da criança” e pediu o fim de sua aplicação.
No domingo (17), a primeira-dama Melania Trump defendeu um acordo bipartidário para reformular as leis migratórias. No Congresso, a oposição democrata denuncia uma prática “diabólica”. O mal-estar também se instalou entre a maioria republicana.
A ex-primeira-dama Laura Bush, mulher do ex-presidente republicano George W. Bush, criticou abertamente a abordagem republicana em um artigo publicado neste domingo no ” The Washington Post”
“Moro em um estado fronteiriço. Compreendo a necessidade de reforçar e proteger as fronteiras, mas esta política de tolerância zero é cruel. É imoral. E isso quebra o meu coração”, afirmou Laura. O tweet foi repostado pela ex-primeira dama Michelle Obama. (Com informações do G1 e agências internacionais).