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Documentário criado por estudante brasileiro chega a festivais da Europa

‘O Corpo e a Cidade Modernista’, de Pedro Rodolpho, será exibido na Dinamarca e em Portugal

Pedro Rodolpho estreia carreira internacional foto Luisa Correa
Pedro Rodolpho estreia carreira internacional foto Luisa Correa

DA REDAÇÃO (com Correio Braziliense) – O jovem cineasta Pedro Rodolpho, 24 anos, formado em arquitetura pela Universidade de Brasília, dirigiu o documentário ‘O Corpo e a Cidade Modernista’, que será apresentado em dois dos mais importantes eventos de arquitetura e cinema do mundo. O filme, que reflete a respeito da influência que a arquitetura e o urbanismo da capital exercem sobre a vida de seus moradores, será exibido em um festival na Dinamarca e outro de Portugal.

Veterano no trabalho audiovisual, Pedro começou, aos 20 anos, no Departamento de Arte de um seriado da BBC, na Inglaterra e agora inicia a trajetória como diretor. Ele conta que sua experiência de Brasília sempre foi predominantemente como pedestre. Para ele, nesse contexto, a cidade pode oferecer tanto uma experiência incrível e estimulante quanto uma experiência extremamente desconfortável e isoladora. “Eu já tinha pensado muito sobre a potencial influência das grandes distâncias e espaços vazios nas nossas relações interpessoais e na nossa relação afetiva com a cidade, mas nunca tinha encontrado um registro audiovisual sobre o tema”, destaca o diretor.

Para ele, o documentário transformou-se em uma boa oportunidade para explorar o assunto, além de investigar essa relação entre o urbanismo e os brasilienses. Pedro lembra que, por exemplo, a cidade oferece algumas restrições urbanísticas que transformam o carro em principal meio de transporte, um elemento importante para boa parte da população. “Esse é um dos elementos que gera esvaziamento dos espaços públicos e um contato menor com outras pessoas. A vivência urbana de Brasília acaba sendo muito diferente da experiência de cidades tradicionais, e como ocupamos a cidade também, por consequência”, afirma o cineasta.

O filme foi desenvolvido, inicialmente, com uma das etapas do trabalho final na FAU/UnB. O espaço permitiu que Rodolfo se aprofundasse teoricamente na compreensão do urbanismo de Brasília e de algumas correntes sobre a relação entre os espaços e as pessoas, além de discutir o assunto com professores da faculdade. Na condição de estudante, Pedro saiu para gravar em inúmeros lugares da cidade, o que gerou ainda mais espaço para reflexões que se desenvolveram em conversas com os entrevistados.

Para o cineasta, é uma honra apresentar uma outra Brasília em lugares que já conhecem a herança da cidade para o mundo. “Provavelmente esse público tem alguma curiosidade ou opinião sobre a capital e talvez não conheça muito além dos projetos de Oscar Niemeyer”, destaca. Representar a força da economia criativa do Distrito Federal também é um dos pontos fortes do trabalho.

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