Governadora Jan Brewer gera controvérsia entre imigrantes ao promulgar lei que proíbe ensino de temas étnicos e é chamada de “filha de Hitler”
Depois de aprovar a lei que criminaliza a imigração ilegal no estado, a governadora do Arizona, Jan Brewer, parece que conseguiu irritar mais uma vez os estrangeiros que vivem no país. Ela promulgou esta semana uma lei que proíbe os programas de educação de abordarem temas étnicos em um determinado distrito escolar na cidade de Tucson.
A nova legislação (H2281) vai banir do currículo das escolas públicas matérias que promovam, segundo ela, uma divisão entre alunos, pois interessam a apenas algumas parcelas do corpo de estudantes. Um dos alvos da governadora foi, segundo ativistas, um curso que oferecido como cadeira eletiva em instituição na cidade de Tucson, com o apoio da Raza, a maior organização latina nos Estados Unidos. O projeto de lei foi apresentado pelo deputado republicano e recebeu total apoio do superintendente de ensino público naquela região, Tom Horne. “Este tipo de matéria promove o chauvinismo étnico e gera ressentimento em relação aos brancos”, disse o educador.
O ensino de temas étnicos, em especial hispânicos, tem sido alvo de críticas naquele estado desde 2006, quando durante um seminário a ativista Dolores Huerta disse em sua palestra que os “republicanos odeiam os latinos”. Por isso, muitos membros do partido consideraram a medida aprovada pela governadora como válida para evitar o ódio contra os Estados Unidos. Muitos democratas, por sua vez, disseram que a H2281 é racista. Especialistas em direitos humanos das Nações Unidas também manifestaram preocupação com a medida, pois consideram que qualquer pessoa deve ter a possibilidade de aprender sobre sua própria herança cultural e linguística. Entre os professores do Distrito de Tucson, a opinião é que o curso visado não provoca ressentimento entre os estudantes.
Brewer tem sido alvo frequente de protestos de grupos de direitos humanos e de imigrantes por ter aprovado no mês passado uma lei que declara imigração ilegal como crime estadual. Depois do mais recente ato, ela foi chamada de “filha de Hitler”, pois – como o ditador alemão – costuma classificar as pessoas de acordo com o país de sua procedência.