A história do bebê Jonatas comoveu brasileiros que vivem no Brasil e no exterior. O bebê tem uma doença rara denominada AME – atrofia muscular espinhal – e o remédio produzido somente nos EUA custa $100 mil por ampola. O objetivo da campanha ‘AME Jonatas’ era de arrecadar R$ 3 milhões e depois do envolvimento dos brasileiros, inclusive famosos, e da comunidade brasileira que vive no exterior, foram arrecadados mais de R$ 4 milhões. As informações são do G1.
Na quinta-feira (1), a Justiça de Santa Catarina bloqueou, de forma liminar (temporária), os valores arrecadados pela campanha e um veículo de R$ 140 mil que está em nome dos pais da criança. A família mora em Joinville, no Norte catarinense, e é suspeita de ter usado parte das doações para pagar luxos.
A determinação é do dia 16 de janeiro e atendeu a um pedido do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). O caso está em segredo de Justiça, que não disse qual o valor exato bloqueado.
Além do bloqueio, o MPSC também pediu à Polícia Civil que abra um inquérito para apurar indícios do crime de apropriação indébita. A Polícia Civil ainda não disse se a investigação foi aberta. A família nega qualquer irregularidade.
Denúncias
O Ministério Público afirma que recebeu informações de pessoas que dizem que os pais da criança estariam usando o dinheiro da campanha para pagar luxos. Em audiência judicial, foi acordado que até 31 de outubro de 2017 o casal prestaria contas dos recursos arrecadados e despesas feitas, o que não ocorreu, segundo o Ministério Público.
Conforme o MPSC, denúncias feitas à Promotoria de Justiça são de que o casal teria passado o Réveillon em Fernando de Noronha e comprado um veículo de R$ 140 mil. “O fato, salvo melhor juízo, demonstra que não se pode descartar, pelo menos nessa análise inicial, possível utilização de parte das doações para fins distintos daquele almejado: a garantia do direito à saúde de Jonatas”, afirmou a promotora de Justiça Aline Boschi Moreira.
Em entrevista à NSC TV no dia 22 de janeiro, o pai de Jonatas disse que não aceitou fazer transferência judicial dos valores arrecadados, mas que a família propôs prestação de contas mensal da criança.
“De antemão, nós não aceitamos, nós falamos que iríamos conversar, o nosso núcleo da família, porque o Jonatas precisa de um medicamento, precisa de uma sonda, precisa de um frasco de leite. Nós temos que estar disponíveis para ir lá fazer a compra”, disse Renato Openkoski.
“Nós não aceitamos fazer a transferência judicial, mas sim uma prestação de contas mensal dos gastos que o Jonatas tem”, completou. Ele afirmou que encaminhou aos advogados as prestações de contas para serem enviadas ao MPSC e à Justiça.
Em relação à viagem a Fernando de Noronha, ele afirmou que não teve grandes custos: “Nós ganhamos a viagem, ganhamos a estadia lá e ganhamos também a alimentação. A única coisa que foi comprada foi uma passagem, que eu comprei para mim”.