DA REDAÇÃO (com Estadão) – A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou na última semana que passou a adotar seu primeiro código de conduta para seus 8.427 membros, após expulsão do produtor Harvey Weinstein, acusado de assédio sexual.
A diretora executiva da academia de cinema Dawn Hudson apresentou as novas regras aos membros por meio um e-mail. Em outubro, a academia rompeu com a tradição e fez Weinstein ser a segunda pessoa já expulsa do corpo diretivo do Oscar.
O novo código de conduta estipula que na Academia não haverá espaço para pessoas que “abusam de seu status, poder ou influência de forma que viole os padrões de decência.”
O conselho da academia pode agora suspender ou expulsar aqueles que violam o código de conduta ou quem “compromete a integridade” da Academia.
Os padrões de conduta foram elaborados por uma força-tarefa lançada pela Academia em outubro. Foi formado depois que Weinstein foi acusado por dezenas de mulheres de assédio sexual e abuso. Weinstein, que ganhou um Oscar de melhor filme por Shakespeare Love, negou todas as alegações de sexo não consensual.
Efeito cascata
Desde outubro, quando o The New York Times divulgou as acusações de assédio sexual e estupro contra o magnata de Hollywood, Harvey Weinstein, inúmeros homens da indústria do entretenimento, da mídia e da política, nos Estados Unidos e em outros lugares, vêm sendo alvo de acusações que envolvem desde conduta sexual inapropriada até estupro.
Claro que muitos homens famosos foram acusados pelas mesmas razões anteriormente. Mas o caso de Weinsten abriu as comportas, desencadeando uma discussão internacional a respeito e obrigando empresas, setores e líderes políticos a responderem. O presidente Donald Trump condenou alguns dos acusados, silenciou no caso de outros e também foi alvo de acusações de assédio e conduta inapropriada, levantadas contra ele durante a campanha presidencial. O republicano diz que são falsas.