De acordo com informações do Itamaraty, nove adolescentes brasileiros se encontram no abrigo da Imigração em Chicago (IL), onde Vitor Fraga está preso há uma semana. Somente neste ano, 37 adolescentes brasileiros passaram pelo local, que é mantido em sigilo por segurança. As informações são do jornal O Globo.
Vitor viajava com a avó e carregava uma autorização dos pais para viajar desacompanhado. A madrinha do adolescente, que mora nos Estados Unidos, foi quem matriculou o menino em uma escola pública. O pai nega que o filho tenha ido com a intenção de permanecer no país. Disse que iria somente passear e fazer algumas aulas de inglês. Mas uma pessoa próxima à família contou ao jornal ‘O Globo’ que o menino realmente tinha planos de ficar.
“Ele tinha intenção de ficar com a madrinha que mora lá. Foi com a avó, que iria ficar um mês com ele. Se achasse que era isso mesmo, poderia ficar para estudar na escola pública. Era uma forma de estudar inglês sem precisar pagar. A grande verdade é essa, mas nunca imaginamos que isso fosse acontecer”, afirmou.
Vitinho, como é conhecido pelos amigos, está em um quarto com três adolescentes refugiados do Senegal. Ele teve que entregar seus pertences, inclusive a roupa do corpo, e vestir uniforme. Tomou nove vacinas e precisa seguir regras rígidas: levanta cedo, arruma o quarto, estuda e faz três refeições por dia. Não pode sair do abrigo sem autorização, nem tem acesso à internet.
Hospedado em um hotel em Chicago, o pai de Vitinho, Renato Fraga, que trabalha com comércio exterior, viajou para os Estados Unidos assim que soube do problema com o filho. Ele contou que tenta agilizar toda a documentação necessária para libertar o filho, comprovando que o garoto pode retornar ao Brasil porque tem família e condições financeiras.
“Apesar de achar um absurdo, preciso entender como as coisas funcionam aqui. Estou fazendo tudo o que eu posso – disse o pai, entre uma ligação e outra de parentes e amigos preocupados com a situação. Estou mal, mas não tenho escolha. Sei que vão entender a situação dele e soltá-lo, mas até isso acontecer temos que seguir os ritos e as regras deles. Tudo isso serve de aprendizado. É uma lição de vida”, completou Renato, que é casado e tem duas filhas, uma de 12 e outra de 3 anos. “Meu apelo é que a imigração devolva o Vitor. A gente não quer ficar nos EUA. Queremos voltar para o Brasil. Só isso”.
Vitor aguarda audiência com advogado e interprete, mas segundo especialistas, não é garantido que ele será liberado.