DA REDAÇÃO, COM NY POST – Há um ano, a brasileira Luísa Harger, de 21 anos, estava em New York visitando o namorado. Eles esperavam o trem na plataforma da estação Atlantic Avenue, às 7 horas da noite, quando Luísa desmaiou, segundo documentos apresentados na Corte. No mesmo momento, um trem B no sentido norte entrou na estação, atingindo a jovem e cortando seus membros, um braço e uma perna. Agora, a estudante de arquitetura decidiu processar o Metropolitan Transportation Authority – MTA por não instalar barreiras de segurança nas estações.
De acordo com o NY Post, as autoridades sabem que nos últimos 15 anos cerca de 750 pessoas morreram nos trilhos e mais de 1 mil sofreram ferimentos catastróficos e ainda assim “elas têm ignorado a segurança”, disse Luísa, que apresentou a ação por negligência semana passada. As informações são do jornal NY Post.
Ela afirma que as companhias New York City Transit e a MTA devem “se responsabilizar pelo rastro horrível de cadáveres e vidas arruinadas”, comentou a jovem.
No ano passado, 48 pessoas morreram atropeladas pelos trens na cidade. Entretanto, o sistema é tão amplo que custaria $1 bilhão para instalar barreiras, segundo cálculos realizados em 2013. Tais barreiras já existem nas paradas do Airtrain, a linha que liga o Aeroporto JFK à estação de metrô de Jamaica, e ninguém se feriu nela, alega Luísa, uma ex-modelo que amarra lenços coloridos no que sobrou do braço esquerdo dela. A jovem passou 24 dias no Hospital Bellevue e foi submetida a várias cirurgias depois do acidente.
“Eu nunca esquecerei o George segurando a minha mão logo depois do acidente. Ele foi tão forte, permanecendo calmo para me manter calma. Ele disse muitas vezes o quanto me amava e que a ajuda estava a caminho, o que realmente fez o meu coração brilhar e esperançoso, pondo um sorriso em meu rosto mesmo num momento como aquele”, postou Harger no Instagram.
Ela agora está se ajustando à perna artificial enquanto espera um braço também artificial, além de lutar em defesa dos alunos com necessidades especiais na universidade no Brasil. Na ação judicial, ela acusa as autoridades de saberem com “certeza moral que pessoas inocentes poderiam cair nos trilhos, caso não sejam instalados equipamentos de segurança na beirada das plataformas”.
As autoridades de transporte também falharam em realizar estudos “adequados” sobre o risco e forneceram “dados enganosos”, alega ela.
A discussão sobre barreiras nas plataformas voltou à tona em 2016, depois que uma mulher moradora em Queens foi empurrada para a morte em frente ao trem 1 na Times Square por alguém com problemas mentais. Em maio, o Conselho do MTA voltou a favor de testar a tecnologia que alertaria os condutores se algo ou alguém estivesse nos trilhos. As barreiras nas plataformas são usadas em sistemas de metrô espalhados pelo mundo, incluindo Shanghai, Japão, Dubai e Paris.