Cenário armado para um grande jogo de basquete. Local: Quick Loans Arena em Cleveland, Ohio. Missão: Cleveland Cavaliers precisa vencer o jogo 3 das finais da NBA para colocar pressão no Golden State Warriors que havia ganho as duas partidas anteriores em Oakland com facilidade. Possíveis protagonistas: LeBron James, Kyrie Irving e Kevin Love, coadjuvados por Imam Shumpert, Kyle Korver, Tristan Thompson e J.R. Smith. Resultado final: apesar do supremo esforço dos contendores, não foi possível derrotar a máquina de basquete da Costa Oeste. Os esforços podem ser traduzidos em números: LeBron anotou 39 pontos, capturou 11 rebotes e fez nove assistências, ficando bem perto de outro triple double. Kyrie também jogou muito e marcou 38 pontos. Kevin Love fez apenas nove pontos mas pegou 13 rebotes e foi importante no sistema defensivo. Até mesmo Kyle Korver e J. R. Smith que haviam decepcionado nos dois jogos anteriores fizeram a parte deles, respectivamente com oito e 16 pontos. Ou seja, tudo indicava uma vitória do Cleveland Cavaliers a cerca de três minutos do final até que…
Durant justificou o apelido “Durantula”
…surgiu Kevin Durant e matou o jogo. O craque está realmente determinado a ganhar seu primeiro anel da NBA e nada nem ninguém parece impedi-lo de conseguir seu objetivo. É bem possível que quando você estiver lendo esta coluna os jogadores e comissão técnica do time da Califórnia estjam comemorando o segundo título da NBA. E, sejamos justos, a franquia não só é tricampeã porque o próprio Durant estava lesionado nos playoffs da temporada passada e Draymond Green foi suspenso no Jogo 5, permitindo a incrível reação da equipe campeã da Conferência Leste, o próprio Cleveland Cavaliers que saiu de 1 a 3 para sagrar-se campeão com 4 a 3 – feito inédito em termos de NBA. Agora, se quiser ser bicampeão, o time de Ohio terá de obter uma façanha praticamente inalcançável: derrotar a forte equipe do Golden State Warriors por 4 a 3, ou seja, terá de vencer as quatro partidas que restam. Convenhamos, é uma tarefa inglória. Isto só será conseguido se Durant e Stephen Curry se lesionarem ao mesmo tempo na próxima partida. Caso contrário, o título da temporada 2016/2017 da NBA já tem nome e endereço: Golden States Warriors!
Máquina de quebrar recordes
Golden States Warriors está mostrando ser uma equipe que encanta os fãs de basquete. Ela conseguiu algo que nem os lendários times conseguiram. Esatamos falando de equipes com Chicago Bulls, de Michael Jordan e Scott Pippen; Los Angeles Lakers, de Kobe Bryant e Shaquille O’Neal; San Antonio Spurs, de Tim Duncan, Tony Parker e Manu Ginobili, e Miami Heat, de LeBron James, Dwayne Wade e Chris Bosh que venceram campeonatos, porém, nunca estabeleceram a excepcional marca de 15-0 nos playoffs! O time da Califórnia varreu Portland Trail Blazers por 4 a 0; eliminou o Utah Jazz também por 4 a 0, e derrotou San Antonio Spurs na final da Conferência Oeste pelo mesmo placar. Foi para a final da NBA contra o Cleveland Cavaliers e na quarta-feira (7) havia feito 3 a 0 sobre o adversário. Caso vença a quarta partida, marcada para Ohio, na sexta-feira (9), terá alcançado algo difícil de ser igualado: 16-0 nas quatro séries disputadas para se chegar ao título.
Recordes pessoais
Claro que esses recordes são decorrência da capacidade técnica e do bom momento vivido pelos atletas do Golden State Warriors, do técnico Steve Kerr e do assistente Mike Brown, coincidentemente ex-técnico do Cleveland Cavaliers. Alguns números são mesmo incríveis. Stephen Curry estabeleceu nova marca ao anotar 32 lances livres convertidos em 32 tentativas durante os playoffs. Ou seja, fazer falta no “reizinho” dos três pontos não é uma boa tática. Kevin Durant, por sua vez, entrou no seleto grupo de atletas que anotou 30 pontos ou mais em oito jogos consecutivos de playoffs. Eles não brilham sozinhos, porém. Uma defesa bem postada dificulta as ações dos adversários e sempre há outro jogador que se destaca, como foi o caso de Klay Thompson que anotou 30 pontos no jogo 3 e surgiu como válvula de escape para as marcações mais cerradas sobre Durant e Curry. Parece que os críticos terão de arrumar outro bode expiatório para culpar porque Durant já está acariciando seu anel de vencedor da NBA e quiçá de MVP das finais! Ele deve se juntar ao elenco dos craques que eram ironizados por serem bons mas nunca terem vencido, tais como LeBron James (campeão com Miami Heat e Cleveland Cavaliers), Dirk Nowitzki (campeão com Dallas Mavericks) e Kevin Garnett (campeão com Boston Celtics).
Brasileirão 2017: o avesso do avesso
Parafraseando Caetano Veloso em seu clássico “Sampa”, podemos dizer que Brasileirão 2017 vem sendo o avesso do avesso. Rodada 38 do Brasileirão 2016 apontava a seguinte classificação: 1º) Palmeiras (campeão); 2º Santos (vice); 3º Flamengo, 4º Atlético Mineiro. Os quatro, portanto, asseguraram vagas diretamente para a disputa da Copa Libertadores da América. Para aumentar suas possibilidades, as equipes investiram ainda mais em contratações a fim de reforçar os elencos já considerados os melhores do país. Rodada 5 do Brasileirão 2017: 12º) Santos, 14º) Flamengo, 15º) Atlético Mineiro (todos com 6 pontos ganhos); 16º) Palmeiras (apenas 4 pontos e próximo da zona do rebaixamento). Torcedores, jornalistas e entendidos de futebol se perguntam: Por que estas equipes apontadas como favoritas estão fazendo campanhas tão decepcionantes?
Explicações não faltam para as más fases: Santos
Explicações para as pífias campanhas desses favoritos até agora não faltam. No caso do Santos, muitos culpam lesões como a do craque Lucas Lima e dos veteranos Renato e Ricardo Oliveira, além da queda de rendimento no futebol deles e de Victor Bueno, considerado uma das sensações do Campeonato Brasileiro do ano passado. A má fase acabou sobrando para Dorival Junior, o técnico que estava há mais tempo comandando um clube na Série A. A derrota de 2 a 0 para o Corinthians, porém, provocou a saída do homem que comandou as grandes conquistas recentes do Santos FC, com exceção da Copa Libertadores da América, vencida na época em que Muricy Ramalho era o treinador – e com Neymar no time, ninguém pode esquecer deste fator. Na quarta-feira (7), o Santos conseguiu um respiro ao bater o Botafogo por 1 a 0, com um gol de Vitor Ferraz aos 50 minutos do segundo tempo cobrando falta. Elano foi o técnico interino, porque agora quem está à frente do Alvinegro praiano é Levir Culpi. Ele estreia contra o Atlético-PR em Curitiba enquanto o Botafogo recebe o Coxa no Rio de Janeiro. As duas partidas estão marcadas para domingo (11).
Explicações não faltam para as más fases: Flamengo
O Flamengo é outro que vem decpcionando demais seus torcedores. Eliminado da Copa Libertadores da América ainda na fase de grupos, o Rubro-Negro sofreu para se classificar às quartas de final ao passar com dificuldades pelo fraco time do Atlético-GO – último colocado do Brasileirão. Na quarta-feira (7), a equipe sofreu sua primeira derrota ao perder por 2 a 0 para o Sport Club do Recife na Ilha do Retiro, com gols de Osvaldo (em falha na saída de bola do goleiro Alex Muralha) e Thomás, que surgiu na categoria de base do Mengo. O técnico Zé Ricardo – agora o mais longevo daqueles que comandam os times da Série A – está com seu cargo ameaçado e muitos torcedores e conselheiros pedem a cabeça do jovem treinador, debitando os maus resultados ao seu trabalho, porque o Flamengo não tem poupado investimentos para trazer bons jogadores. Everton Ribeiro, o novo contratado, está aí para provar. Muralha também vem sendo bastante questionado como titular no arco do Mais Querido. O Flamengo tentará a recuperação ao enfrentar o Avaí em Florianópolis no domingo (11) e Sport, do técnico Vanderlei Luxemburgo, joga no sábado (10) contra o Vasco da Gama no Rio.
Explicações não faltam para as más fases: Atlético-MG
O Galo obteve sua primeira vitória no Campeonato Brasileiro de 2017 na quarta-feira (7) ao bater o Avaí no Estádio Independência por 1 a 0, primeiro gol de Fred na competição. O desempenho, no entanto, não foi encantador. Avaí é uma das piores equipes do certame e está na zona de rebaixamento, no entanto, o Atlético-MG ganhou com o placar mínimo. A favor do Galo, está sua boa campanha na Libertadores da América – 3º na classificação geral e melhor entre os clubes brasileiros – e a classificação para as quartas de final da Copa do Brasil, porém, um elenco tão badalado e caro como o do Alvinegro das Alterosas precisa mostrar mais se quiser alçar voos mais altos. No domingo, o time de Belo Horizonte joga contra o Vitória em Salvador e Avaí recebe o Flamengo no Estádio da Ressacada.
Explicações não faltam para as más fases: Palmeiras
Talvez a maior decepção deste semestre tenha sido o Palmeiras. Apontado por muita gente como postulante aos títulos de todas competições que disputava, não vem demonstrando motivos para este favoritismo. O time até foi bem no Paulistão, quando terminou como a melhor campanha no geral, porém, a derrota por 3 a 0 para a Ponte Preta em Campinas pelas semifinais do torneio deu início à derrocada do Verdão. O time até venceu a Macaca por 1 a 0 em São Paulo, mas a equipe campineira se classificou pelo saldo de gols. Depois, foi derrotado pelo Jorge Wilstermam da Bolívia em Cochabamba e a cabeça de Eduardo Batista rolou. Para gáudio da torcida, Cuca voltou ao comando do Alviverde. A euforia inicial com a goleada de 4 a 0 sobre o Vasco da Gama no Allianz Parque deu lugar à preocupação. Foram quatro derrotas e um empate nas quatro partidas subsequentes. O Palmeiras perdeu para Chapecoense por 1 a 0 em Chapecó, para o São Paulo no Morumbi por 2 a 0 e para Coritiba no Paraná por 1 a 0 pelo Brasileirão. Ironicamente, as equipes que venceram o Verdão mantiveram seus tabus, pois o Palmeiras não consegue vencê-las em seus domínios há muito tempo. Por sua vez, elas também sempre perdem para o Palmeiras como visitantes. O único empate até agora foi com o Atlético-MG em casa – outro time que Alviverde não conseguiu quebrar o tabu. Este pior ainda, porque não vence o Galo há 11 jogos em nenhum campo de jogo. Por fim, perdeu para o Internacional por 2 a 1 em Porto Alegre. A derrota, porém, teve sabor agridoce porque serviu para classificar o time de São Paulo para as quartas de final da Copa do Brasil por ter marcado gol fora de casa e ter vencido o Inter por 1 a 0 no Allianz Parque. Cuca terá de quebrar a cabeça para montar um time vencedor quando enfrenta o Fluminense em casa no sábado (10). O Coritiba, por sua vez, viaja para o Rio de Janeiro onde enfrenta o Botafogo.
Explicações não faltam para as ótimas fases: Corinthians
Apontada como a quarta força entre os grandes de São Paulo, o Timão vem surpreendendo positivamente. Sagrou-se campeão paulista e lidera o Brasileirão 2017 com propriedade. A equipe se caracterizou por sofrer poucos gols e também por ser econômica na artilharia. Começou titubeante ao empatar em 0 a 0 com a Chapecoense em São Paulo, mas logo mostrou sua força, ao vencer Vitória e Atlético-GO fora de casa por 1 a 0 e bater o Santos no Itaquerão por 2 a 0. Na quarta-feira (7), sofreu dois gols de Luiz Fabiano contra o Vasco em São Januário, em compensação anotou cinco – Marquinhos Gabriel, Maicon, Jô e Clayton (2). É líder isolado da competição e pode ser alcançado somente pela Chapecoense que recebeu o Grêmio em Chapecó na quinta-feira (8). Com elenco limitado e poucos recurso financeiros, o jovem técnico Carille conseguiu montar um esquema de jogo que tem funcionado – apesar de o timão ter sido eliminado na Copa do Brasil pelo Internacional, equipe da Série B. No domingo (11), mais um teste duro ao enfrentar o São Paulo no Itaquerão. Já o Vasco da Gama tenta recuperar-se da goleada ao enfrentar o Sport Club do Recife.
Explicações não faltam para as ótima fases: Chapecoense
Invicta no Brasileirão 2017 ao lado do Corinthians, a Chapecoense vem fazendo bonito papel no certame. Aliás, tem mesmo de concentrar suas atenções nesta competição porque foi eliminada na Copa do Brasil pelo Cruzeiro e na fase de grupos da Copa Libertadores da América por ter usado um atleta que deveria ter cumprido suspensão. Agora, o Verdão do Oeste tem apenas o Brasileirão e a Copa Sul-Americana, assim como o Timão, enquanto seus principais adversários brigam simultaneamente em três competições. Ninguém acredita que a Chapecoense vá ser campeã, mas é um alento ver o time catarinense ressurgir com força no cenário fuebolístico nacional depois da tragédia ocorrida em novembro passado.