DA REDAÇÃO, COM AGÊNCIAS – Dois homens foram esfaqueados e mortos a bordo de um trem em Portland, Oregon, na sexta-feira (26), ao tentar defender duas jovens que eram alvo de xingamentos contra muçulmanos, informou a polícia no sábado (27).
A polícia identificou o autor dos xingamentos e do ataque como Jeremy Joseph Christian, de 35 anos. Ele foi preso logo após o ataque no trem, sem direito a fiança, e sua audiência está agendada para terça-feira (30). Christian é conhecido da polícia por outros crimes e por ser um racista assumido.
Christian começou a gritar insultos étnicos e religiosos para as duas mulheres, uma delas usando o hijab – vestimenta da religião muçulmana. Três homens intervieram e foram esfaqueados. Ricky John Best, de 53 anos, morreu no local; Taliesin Myrddin Namkai Meche, de 23 anos, morreu no hospital, e Micah David-Cole Fletcher, de 21 anos, permanece no hospital, mas não há risco de vida, segundo a polícia.
Dyjuana Hudson, mãe de uma das jovens, disse ao jornal “The Oregonian”, que sua filha é negra e que embarcou e um trem com uma amiga muçulmana, também adolescente, que usava o hijab. Ela disse que o homem se aproximou delas enquanto gritava que muçulmanos deveriam morrer.
O ataque aconteceu horas depois do início do Ramadã, o mês sagrado do Islã, quando a maioria dos muçulmanos faz um jejum religioso diário.
Uma página no Facebook que parece pertencer a Christian menciona que “muçulmanos jihadistas” estão entre as pessoas que ele não gostava. A imagem da página corresponde a uma foto de Christian liberada pela polícia.
“Há muito ódio no mundo agora e demasiada violência. Nosso clima político atual permite muito espaço para aqueles que disseminam o fanatismo”, disse o prefeito de Portland, Ted Wheeler, durante coletiva de imprensa.
Trump criticado
O presidente Trump, que sempre comenta rapidamente ataques terroristas, foi criticado por comentar apenas na segunda-feira (29) o ocorrido. “Os violentos ataques ocorridos em Portland são inaceitáveis. As vítimas estavam defendendo pessoas do ódio e da intolerância. Nossas preces estão com as famílias deles”, disse Trump no Twitter oficial da Casa Branca, que tem muito menos seguidores que sua página oficial.