A cientista brasileira Celina Turchi, da Fiocruz Pernambuco, é uma das 100 personalidades mais influentes do mundo de 2017, segundo a tradicional lista publicada anualmente pela revista “Time”. A médica especialista em doenças infecciosas teve papel importante na descoberta recente da relação entre a microcefalia e o vírus da zika.A cientista recebe nesta terça-feira (25), no Lincoln Center, em New York, o prêmio. As informações são do jornal O Globo.
Não é a primeira vez que Celina tem seu trabalho reconhecido internacionalmente com uma honraria do tipo: em dezembro, ela apareceu na lista dos 10 cientistas mais importantes de 2016 da revista “Nature”. Na lista da revista “Time”, a pesquisadora aparece na categoria “Pioneiros”.
Para realizar os estudos que colaboraram com a descoberta da relação entre o virus da zika e a microcefalia, a cientista organizou uma força-tarefa de cientistas do mundo todo, entre epidemiologistas, especialistas em doenças infecciosas, pediatras, neurologistas e biólogos especializados em reprodução.
O perfil de Celina na revista “Time” foi escrito pelo cientista Tom Frieden, que foi o diretor dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) até o início de 2017.
“Uma especialista em doenças infecciosas de Recife, no Brasil – que era o epicentro da primeira grande epidemia de microcefalia associada à zika – Turchi trabalhou sem parar, perdendo refeições e tempo de sono para descobrir o que estava acontecendo”, diz o texto de Frieden. “Os estudos de Turchi foram parte de uma investigação de emergência que, em última instância, provaram que o vírus da zika de fato causa microcefalia – algo de que muitos céticos duvidavam.”
Médica pela Universidade Federal de Goiás, mestre em epidemiologia pela London School of hygiene & tropical medicine e doutora pelo departamento de medicina preventiva da USP, a brasileira Celina Turchi já desenvolveu pesquisas em diversas instituições nacionais e internacionais.
Com experiência na área de epidemiologia das doenças infecciosas, atualmente, Turchi atua como pesquisadora no Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães –Fiocruz no Estado de Pernambuco.
Em entrevista à agência de notícias Lusa, Turchi atribuiu a indicação da “Nature” a todo o grupo de pesquisadores que participou da investigação sobre o vírus da zika. “São cientistas que têm muito interesse, que se empenharam muito, trabalharam em equipes multidisciplinares, com múltiplas universidades e institutos de pesquisa. Esta distinção é para todos os componentes desse grupo. Sinto que estou só representando um grupo de cientistas e profissionais de saúde do Brasil”, disse.