DA REDAÇÃO (com Agências) – Milhares de manifestantes foram às ruas de várias cidades do País no dia 15 de março para protestar contra a reforma da Previdência proposta pelo presidente Michel Temer, que saiu em defesa da medida e disse que ela procura “evitar um colapso”.
Além de protestos organizados por sindicatos e movimentos sociais, os manifestantes promoveram paralisações parciais de alguns serviços, principalmente do transporte e educação nas capitais.
As paralisações foram apoiadas pelos sindicatos dos funcionários públicos e professores de vários Estados, que obrigaram escolas e universidades a fechar suas portas em várias cidades, como o Rio de Janeiro. Motoristas de ônibus e funcionários do metrô de cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba também cruzaram os braços.
Apesar de não terem promovido a prometida paralisação do Brasil contra as reformas de Temer, a mobilização foi uma demonstração de força ao Congresso, que se prepara para debater a reforma.
São Paulo, a maior cidade do País, amanheceu sem ônibus nas ruas e com o metrô funcionando lentamente. O sistema de transporte se normalizou durante o dia, mas foram registrados bloqueios em importantes vias, engarrafamentos e o fechamento de alguns bancos.
A manifestação na Avenida Paulista contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que alertou em discurso que a reforma impedirá a aposentadoria de milhões de pessoas.
“Queria que (Henrique) Meirelles (ministro da Fazenda) e Temer escutassem a mensagem de vocês. Em vez de fazer uma reforma para tirar o dinheiro do povo, façam a economia voltar a crescer”, disse Lula no discurso.
A manifestação na capital paulista teve réplicas em outras cidades do Estado como Campinas, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Franca, São Carlos, Piracicaba e Limeira.
No Rio de Janeiro, apesar de o transporte público ter funcionado normalmente, as escolas e universidades cancelaram as aulas e alguns bancos não chegaram a abrir suas portas.
Em Brasília, além de uma manifestação que reuniu cerca de 10 mil militantes dos movimentos sem-teto e sem-terra na Esplanada dos Ministérios, centenas de manifestantes ocuparam parcialmente a sede do Ministério da Fazenda, entrando em confronto com seguranças e quebrando algumas das janelas do edifício. Grandes mobilizações também foram registradas em Belo Horizonte e Recife, totalizando 22 capitais.