A moda está sempre mudando, certo? Errado! Se formos procurar conceitos de moda veremos que MODA (substantivo feminino) significa 1. Uso passageiro que rege, de acordo com o gosto do momento, a maneira de viver, de vestir etc.; 2. Estar na moda, estar em voga, ser geralmente usado…
Mas o que é “geralmente usado”, necessariamente, deixa de ser usado? Não!
Para estar “na moda” você não precisa usar determinadas peças que a mídia e a indústria Fast Fashion jogam–diariamente–no mercado, impondo o seu uso. Não! Estar na moda é simplesmente estar bem-vestida, ter bom gosto, criatividade, bom senso para compor o seu próprio estilo e, principalmente, ter consciência do que se está usando.
CONSCIÊNCIA, é justamente neste ponto que a Slow Fashion entra. O termo slow aplicado à moda, significa muito mais do que a sua tradução literal, significa uma alternativa à produção em massa, um movimento sustentável que vem ganhando força e sendo cada vez mais adotado pelo mundo.
Na contramão da indústria Fast Fashion e das tendências que duram uma só estação, várias grifes investem em peças desenvolvidas sem pressa e de forma sustentável, geralmente confeccionadas–não em grandes fábricas–mas em ateliês que contam com profissionais que trabalham manualmente em cada peça, do início ao fim.
Mas a Slow Fashion e o seu valor não são novidades. A prova disso são os antigos ateliês de costura, o tricô e o crochê feito pelas nossas bisavós–como é o caso dessa blusa que ilustra a matéria que foi confeccionada pela minha bisavó paterna para a minha mãe, em 1983. Uma confecção que ultrapassou décadas, gerações e tem um grande valor, não apenas afetivo, mas à prova do tempo, pois passados 34 anos ainda possui a qualidade intacta não tendo sido alterada sequer a sua cor.
Peças de vestuário ou acessórios de modelos clássicos e tradicionais nunca saem de moda, jamais perdem a elegância, são eternas, discretas e confortáveis.
A produção em massa da Fast Fashion oferece preços muito baixos e inúmeros lançamentos e coleções, o que normalmente constrói uma imagem da moda como algo descartável e um consumo excessivo, que traz um preço oculto para o meio ambiente e para os trabalhadores da cadeia de produção.
A moda pode ser muito mais do que gastar, comprar e seguir tendências a todo custo. Não! Moda é muito mais do que isso, e entender a necessidade do consumo consciente e sustentável reconhecendo que os impactos das nossas escolhas afetam o ambiente e as pessoas envolvidas na cadeia de produção, é o primeiro grande passo para a evolução da nova era da moda.
O “lento” do slow não significa velocidade, mas sim uma visão de mundo moderna, que promove a produção que não polui o meio ambiente, não escraviza mão de obra e não é descartável. Portanto, a dica é montar um closet atemporal, elegante e duradouro. Que tal dar os primeiros passos e começar a adotar um estilo de vida Slow Fashion?