Comunidade

Brasileira não trabalha no “Dia Sem Imigrante” e é dispensada pela patroa

Mineira apoiou e ajudou a divulgar o movimento e acabou ficando sem trabalho

DA REDAÇÃO, COM BRAZILIAN TIMES – Grande parte da comunidade brasileira que vive nos EUA aderiu ao movimento “Um dia sem imigrantes”, realizado na última quinta-feira (16). Estabelecimentos de imigrantes de diversas nacionalidades fecharam suas portas com o objetivo de mostrar a importância do trabalho imigrante para a economia americana.

Morando nos EUA há dois anos e meio na cidade de Framingham (MA), a valadarense A.S (que pediu para não ter sua identidade revelada), 32 anos, é casada, tem dois filhos e atualmente trabalhava como ajudante de limpeza. “Desde o início eu não só apoiei como também ajudei a divulgar o protesto. As pessoas precisam dar valor ao nosso trabalho honesto e suado”, afirmou.

Em apoio ao protesto, A.S havia comentado com sua patroa que não trabalharia na quinta-feira. “De cara ela não pareceu ter gostado muito da ideia, pois fazemos de cinco a seis casas por dia, mas avisei dias antes e ela me disse que ‘ok’, que iria arrumar alguém para me substituir naquele dia. Quando questionei se ela apoiaria o movimento também, ela me disse que ela não deixaria de trabalhar, pois já é uma cidadã americana e não apoiava esse tipo de coisa feita por imigrantes ilegais. Eu fiquei quieta, pois preciso trabalhar, mas não fui na quinta-feira”, relatou.

Para a surpresa se A.S, na sexta-feira a sua patroa não passou para buscá-la em sua casa, como de costume. “Achei estranho, pois ela nem me avisou nada. Fiquei meia-hora esperando e tentando falar com ela por mensagem de texto e ligação e nada. Quando foi 7pm consegui falar, precisava saber o que aconteceu que ela não foi me buscar e marcar o horário que íamos trabalhar no sábado, pois tínhamos duas casas para fazer. Para a minha surpresa ela me dispensou. Disse que como não trabalhei na quinta-feira, ela gostou muito da mulher que deu ‘help’ para ela em meu lugar e me dispensou… Trabalhei para ela por mais de um ano, não tínhamos problemas. Eu avisei que não iria na quinta e o motivo. Como ela pode me dispensar assim?”, indagou a brasileira que completou: “Ela me disse ainda que esse negócio de ‘dia sem imigrantes’ é coisa de quem não quer trabalhar, que eu devia ter pensado muito bem antes de ter decidido ficar em casa e apoiar algo absurdo assim. Nunca faltei no trabalho, nunca nem me atrasei ou fiz corpo mole”, afirma a brasileira.

A.S procurou a redação do Brazilian Times com sede em Boston (MA) para expor sua revolta. “Ela é brasileira, mora aqui há muitos anos. Não vou citar o nome dela aqui por que infelizmente não gravei os absurdos que ela me disse no telefone, por isso não tenho como provar, mas vou atrás dos meus direitos. É por causa de brasileiros assim que o nosso povo não consegue nada. Não me arrependo de ter apoiado o movimento. Não queria perder meu trabalho, pois meu sustento vem dele, mas não me arrependo de ter feito parte e me revolto em ver brasileiros como essa mulher, que só por que já é cidadã, acha que pode humilhar as pessoas e se esquece que sempre será uma imigrante”.

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