Repressão governamental provocou muitas mortes e uma mártir, Neda Agha-Soltan
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu nesta quarta-feira, 24 de junho, que não recuará em resposta aos protestos contra as contestadas eleições presidenciais do país, que geraram as maiores manifestações de rua desde a Revolução Islâmica de 1979.
Agora que a tropa de choque da polícia e milícias religiosas retomaram o controle das ruas, a liderança conservadora do Irã tem adotado uma retórica mais dura contra os críticos tanto dentro quanto fora do país.
O ministro do Exterior, Manouchehr Mottaki, disse que o Irã avalia se reduz suas relações com o Reino Unido após uma troca de expulsões de diplomatas nessa semana. Ele também disse que “não há planos” para ir à Itália nessa semana participar da reunião que o G8 fará sobre o Afeganistão.
As declarações, feitas um dia depois de o presidente norte-americano Barack Obama se dizer “ultrajado” pela repressão no Irã, dá mais evidências de elevação nas tensões com o Ocidente.
Diplomatas ocidentais têm visto o evento do G8, marcado para acontecer entre os dias 25 e 27 de junho, como uma rara oportunidade de discutir com potências regionais, como o Irã, metas comuns para o Afeganistão e o Paquistão.
As inesperadas tensões no Irã atrapalharam os planos de Obama de promover um diálogo substantivo com a República Islâmica sobre o programa nuclear do país, que Teerã afirma ser pacífico, mas que, para o Ocidente, visa à fabricação de uma bomba.
O Irã acusa os EUA e o Reino Unido de fomentar as manifestações pós-eleitorais e tem mostrado manifestantes presos afirmando à TV estatal que foram incitados pela mídia ocidental.
Forças de segurança têm imposto duras restrições em Teerã para evitar mais manifestações contra as eleições que, segundo reformistas, foram fraudadas para reeleger o atual presidente Mahmoud Ahmadinejad e evitar a vitória do ex-primeiro-ministro Mir Hossein Mousavi, um moderado.