DA REDAÇÃO, COM ASSOCIATED PRESS — Pelo menos vinte e sete detentos morreram na rebelião que aconteceu na penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, na tarde de sábado (14). Foi a mais recente de uma série de rebeliões em presídios brasileiros desde o começo do ano que já deixaram mais de cem mortos.
As autoridades disseram que a rebelião começou depois de uma briga entre facções rivais dentro do presídio. A polícia só conseguiu entar na cadeia e dominar a situação neste domingo. Todos os corpos encontrados estavam decapitados.
“Esperamos até agora [domingo] antes de entrar para garantir uma intervenção pacífica, com os presos mais calmos”, disse o secretário de Segurança do estado, Caio Cesar Bezerra.
Como a maioria das cadeias do Brasil, Alcaçuz é superlotada, com mais de mil presos amontoados num espaço onde cabem 620.
A série de rebeliões começou logo no dia primeiro de janeiro, quando 56 presos foram mortos numa cadeia do Amazonas. As autoridades disseram que a gangue conhecida como Família do Norte entrou em conflito com a maior organização criminosa dentro do sistema carcerário, o PCC (Primeiro Comando da Capital). O conflito seria por causa de disputas no controle do tráfico de drogas na Região Norte. Vários mortos tiveram os corpos mutilados e decapitados.
No dia 6, 33 detentos foram mortos em Roraima, muitos dos quais com corações e entranhas arrancados.
Especilaistas dizem que o PCC está explorando as condições precárias do sistema penitenciário para estender sua influência por todo país.
Enquanto isso, no sul do Brasil, 21 detentos escaparam neste domingo de uma prisão em Piraquara, no Paraná, usando explosivos para derrubar a porta da cadeia. Outros dois foram mortos em confronto com a polícia durante a escapada.