O homem suspeito de ser o motorista do caminhão que investiu contra pessoas numa feira em Berlim, matando 12 e ferindo outras 48, foi morto na madrugada desta quinta-feira em um tiroteio com a polícia em Milão, na Itália, onde havia chegado de trem mais cedo, informaram o ministério do Interior italiano e a polícia.
A polícia disse que as digitais do homem abatido conferem com a de Anis Amri, tunisiano de 24 anos identificado como autor do atentado depois que a polícia encontrou evidências de sua participação no local do crime.
Os investigadores alemães agora estão trabalhando junto com autoridades italianas para descobrir qual o caminho seguido pelo terrorista depois do ataque, se ele teve alguma espécie de ajuda no planejamento do atentado e na fuga para a Itália.
O tiroteio aconteceu às 3 a.m., horário de Milão. A polícia abordou Amri, que agia de “forma suspeita” nas proximidades de uma estação de trem suburbano perto da cidade. O suspeito respondeu atirando e a polícia retornou fogo. Um policial ficou ferido, mas passa bem.
“Podemos afirmar com segurança que, graças a evidências adicionais, o suspeito era, com toda a probabilidade, o autor do atentado”, disse o ministro do Interior alemão, Thomas Maiziere, numa entrevista coletiva na quinta-feira. “As impressões digitais dele estavam no caminhão.”
Amri havia roubado antes o caminhão de um homem polonês, que foi encontrado morto com um tiro na costas, disse a polícia alemã. O polonês não teve envolvimento algum no atentado e é considerado como sendo mais uma vítima do terrorista.
O grupo terrorista ISIS assumiu a responsabilidade pelo atentado, chamando Amri de “soldado do Estado Islâmico”, em nota divulgada.
Segundo autoridades, Amri tinha ligações com uma rede de radicais islâmicos na região norte da Alemanha e já esteve sob a vigilância de várias agências federais de investigação. O terrorista passou quatro anos numa cadeia italiana, preso por roubo. Depois de solto, ficou um tempo no norte da Alemanha e mudou-se para Berlim em fevereiro. Teve um pedido de asilo negado em julho, e estava sob ordem de deportação.
Os pais do terrorista, em entrevista à Associated Press, disseram que Amri nunca mostrou sinais de radicalização e duvidaram de que ele fosse realmente o autor do atentado em Berlim. A mãe disse que a pobreza levou o filho ao roubo e a tentar a vida ilegalmente na Europa. “Quero saber a verdade”, disse Nour Hassani à AP. “Se ele foi o autor do ataque, que assuma sua responsabilidade e eu o renunciarei perante a Deus. Se não, quero que os direitos de meu filho sejam restaurados.”