DA REDAÇÃO – Nascido em Minas Gerais, o cantor e compositor Edinho Santa Cruz já completou mais de meio século de carreira dedicada à musica, forma de arte pela qual é apaixonado. Versátil, o artista consegue tocar de repertórios mais modernos, como o rock de Led Zeppelin, à musica de arranjos mais clássicos, como em seu mais novo projeto “Jogo do Silêncio” — em que, ao lado da Orquestra Sinfônica Heliópolis e convidados especiais, toca algumas de suas composições instrumentais inspiradas em grandes mestres da música brasileira, como Villa-Lobos, Pixinguinha e Tom Jobim.
Edinho também tem uma relação especial com o sul da Flórida, já que, em 2012, foi uma das atrações especiais do Brazilian Fest, evento realizado anualmente em Pompano Beach, com o apoio do AcheiUSA, e que é um dos mais importantes acontecimentos do calendário brasileiro nos Estados Unidos. “Foi uma superprodução”, lembra. Confira a seguir uma entrevista com o músico.
Os concertos de lançamento do projeto “Jogo do Silêncio” no Brasil serão realizados nos dias 19 de agosto, em São Paulo, na Sala São Paulo com a Orquestra Sinfônica Heliópolis; em 10 de setembro, em Curitiba, no Teatro Fernanda Montenegro, com a Ópera Orchestra Curitiba; e em 14 de outubro, no Rio de Janeiro, na Sala Cecília Meireles, com a Orquestra Sinfônica Cesgranrio.
AcheiUSA – Edinho, em 2012 você tocou no Brazilian Fest, em Pompano Beach. O que você lembra do evento, em termos de estrutura e público?
Edinho Santa Cruz – O Pompano Beach Amphitheater era grandioso, com uma estrutura de primeira, e o Brazilian Fest contou com uma superprodução. O público também foi muito receptivo, caloroso, com uma energia sensacional. Apresentamos um repertório mesclando um pouco do rock nacional e internacional, atendendo a todos que estavam lá, brasileiros e americanos. Foi uma experiência incrível.
AU – Na sua opinião, por que é importante haver um evento dedicado a celebrar a cultura brasileira em plenos Estados Unidos?
ESC – Os Estados Unidos recebem muitos brasileiros, e a comunidade só vem crescendo a cada ano que passa. Eu acredito que eventos como o Brazilian Fest contribuem para um grande encontro, um momento de confraternização e para manterem vivas nossa cultura e nossas raízes.
AU – Como se deu seu envolvimento com a música? Quando você percebeu que essa era sua paixão e que seu caminho profissional era por meio dessa arte?
ESC – Desde criança, quando escutava as canções que meu pai colocava em sua vitrola, ficava fascinado ao ouvir alguns dos mestres da nossa música, como Villa-Lobos, Zequinha de Abreu, Pixinguinha, Dilermando Reis, Tom Jobim… Eles realmente me inspiravam. E todos os domingos meu pai fazia uma flautinha de bambu para mim. Eu a levava para o meu canto preferido, debaixo de um bambuzal, e ficava horas tentando tirar alguns sons, tocar alguma melodia. Eu tinha também uma vizinha que tocava acordeon e ir à casa dela, para ouvi-la tocar, era o meu passeio preferido. Mas tudo começou mesmo quando meu irmão comprou uma escaleta. Ela foi realmente o meu primeiro instrumento. Eu tinha 7 anos, mais menos. Naquela época eu já era autodidata e aprendi a tocar várias canções sozinho. Depois aprendi a tocar violão, acordeon… Em março de 1962, com quase dez anos de idade, eu iniciei a minha trajetória como músico profissional com a banda “Edinho e Seus Brasinhas”, e continuo nesta estrada até hoje, graças a Deus. Eu sempre senti que a música era a minha verdadeira paixão.
AU – Você é um musico versátil: consegue tocar de rock inspirado em bandas clássicas do estilo, como Led Zeppelin, Beatles e Rolling Stones, a sons de inspiração mais erudita, como em seu mais recente projeto “Jogo do Silêncio”. Ao que você credita essa pluralidade musical?
ESC – A experiência de ter tocado em bailes durante muitos anos me trouxe uma versatilidade enorme, por passar por diferentes estilos musicais. E claro que com o tempo fui adquirindo uma bagagem com diversas influências também. Meus projetos “Na Estrada do Rock” e “Jogo do Silêncio” são bem distintos, e é isso o que eu acho mais bacana. “Jogo do Silêncio” é ainda mais especial por ser um projeto totalmente autoral. Nele, apresento algumas músicas instrumentais que compus ao longo desses 54 anos de carreira.
AU – Fale sobre “Jogo do Silêncio”, uma celebração a mais de cinco décadas de carreira. Qual foi sua inspiração para esse projeto e o que o público que for prestigiá-lo pode esperar?
ESC – É um projeto bem diferente de tudo o que eu já fiz. “Jogo do Silêncio” é uma mistura do popular com o erudito, que remete às minhas raízes mineiras, passando pela valsa, samba, bossa-nova, até a música clássica. São músicas que compus em homenagem a pessoas que fazem e fizeram parte da minha história, e lugares por onde passei e vivi. Além disso, posso dizer que é um projeto autobiográfico, pois nele também conto um pouco da minha trajetória. Tenho certeza que vai agradar e emocionar a todos que forem assistir.
AU – Alguma apresentação programada para os Estados Unidos ainda neste ano?
ESC – Estamos torcendo e trabalhando para que “Jogo do Silêncio” possa chegar, em breve, nos Estados Unidos. Sem dúvidas, se isso se concretizar, será mais um sonho realizado!