DA REDAÇÃO (com Broward New Times) – Poucas vezes é possível usar a expressão “vira febre nos Estados Unidos” de forma fiel à realidade. Mas quando o assunto é o game para celular “Pokemon Go”, lançado recentemente pela Nintendo, não se trata de um exagero.
O jogo, que pode ser baixado para celulares Apple e Android, permite caçar monstrinhos (os tais Pokemon) que estão espalhados mundo afora. Usando a câmera do celular, o game aponta aonde os Pokemons estariam escondidos. O jogador vai capturando os seres virtuais e pontuando conforme avança no jogo. A diversão é uma coqueluche no verão americano.
A diversão, contudo, às vezes pode se transformar em vandalismo. Foi o que percebeu o Morikami Museum and Gardens, instituição dedicada à cultura japonesa, localizada em Boca Raton e fundada em 1977.
Na semana passada, o museu postou em suas paginas em redes sociais imagens que mostram as belas arvores de seu extenso jardim vandalizadas por supostos jogadores de “Pokemon Go”. “Por favor, tenham respeito com a nossa propriedade e a natureza. O jardim é para todos. Nos certifiquemos de que todo mundo possa aproveitar dele”, dizia o post.
As fotos mostram troncos de arvores em que estão escritas mensagens, talhadas na madeira, dedicadas a outros adeptos do game. Bancos que ficam no jardim para descanso dos visitantes também foram depredados.
A reação foi imediata. Apoiadores do museu mostraram repudio ao ato dos supostos jogadores. “Isso é inaceitável. Nos, enquanto humanos, temos de ser melhor do que isso. Usem seus cérebros”, comentou uma usuária chamada Heather, na pagina do Morikami no Instagram. “Sinto muito em ver pessoas levando a diversão do game a níveis tão extremos”, escreveu Stacy Kuprilis. Ambas se declararam jogadoras de “Pokemon Go”.
Esse não é o primeiro episodio controverso relacionado ao game —que já foi baixado por 7,5 milhões de pessoas. Um adolescente do Wyoming encontrou um cadáver enquanto jogava. No Missouri, criminosos assaltaram jogadores. Na Califórnia, dois rapazes ficaram feridos após caírem de um penhasco enquanto jogavam o game.
Margate: homem fatura com febre
Na cidade de Margate, no sul da Flórida, um homem viu na popularidade de “Pokemon Go” uma oportunidade de faturar. Marc Walters, informa o jornal “Broward New Times”, esta oferecendo no site Craigslist o serviço de conduzir em seu carro jogadores do game, ajudando-os a procurar Pokemons espalhados pela região.
Ao preço de $25 por hora, Walters afirma que leva jogadores aos locais onde as criaturas virtuais estão (pontos conhecidos no game como “Pokestops”).
“Isso está uma loucura. Ontem, às 3 da manha havia várias pessoas em Margate caçando Pokemons. Tem um parque em frente à minha casa e as pessoas estão virando a noite lá jogando”, disse.