Comunidade

Proliferação de algas tóxicas preocupa governo da Flórida

Governador Rick Scott declarou situação de emergência e pediu ajuda de Obama para combater o problema

DA REDAÇÃO – Belas praias e destinos paradisíacos na costa sudeste da Flórida foram invadidas por algas verdes e espessas – apelidadas de guacamole – e o problema ambiental está preocupando as autoridades. O governador Rick Scott anunciou que irá investir em novos sistemas de esgoto na região afetada e vai ajudar as comunidades que vivem no entorno do Indian River Lagoon e Caloosahatchee River.

Scott também pediu ao presidente Barack Obama, na quarta-feira (6), que declare emergência federal para o problema e “use recursos federal para combater essas algas e os efeitos que vêm trazendo”, disse.

Essas algas têm o potencial de destruir os ecossistemas da região, como explica o pesquisador Henry Briceño, da Universidade Internacional da Flórida, à BBC. “É um espetáculo dantesco. As águas nos canais e rios têm um tapete verde, um limo cinzento e um cheiro de amônia”, descreveu. 

As algas “guacamole” afetam desde o estuário do rio St. Lucie – onde há hotéis, residências e clubes de iates – à lagoa Indian River, que tem em seu entorno as localidades de Stuart, Port St. Lucie e Fort Pierce, e a parte das famosas praias de Palm Beach.

“Isso destruiu nossa economia local e nosso modo de vida. Nossos cidadãos estão demandando ação rápida”, disse a representante local Sarah Heard, do condado de Martin.

Algas

A “guacamole” é um tipo primitivo de alga, uma cianobactéria, microrganismo fotossintético de aspecto verde-azulado e viscoso, que se multiplicou nestes quatros condados, principalmente na água doce, mas, em menor medida, na água salgada.

Em qualquer corpo de água do mundo existem algas, mas a reprodução deste microorganismo neste caso foi fora do comum. Isso se deve ao fato de que uma represa no lago Okeechobee, a oeste de West Palm Beach, estava liberando, até 1º de julho, cerca de 85 metros cúbicos de água por segundo, informou o Corpo de Engenheiros do Exército americano.

“Essas águas têm altos conteúdos de nutrientes, especialmente fósforo e nitrogênio, e isso faz disparar a floração das algas”, explica Henry Briceño. “As algas estão ali em concentrações muito pequenas, mas quando chega esse excesso de comida, de boa qualidade, a multiplicação dispara e ocorre muito rapidamente.”

A liberação controlada de água ocorreu porque o lago Okeechobee, o maior corpo de água da região, alcançou antes do início das chuvas, 4,5 metros de altura – e seu limite é 5,4 metros.

“Depois de ver as algas, nos sentimos obrigados a tomar medidas. Mas temos que permanecer vigilantes na gestão do nível do Lago Okeechobee”, disse o coronel Jason Kirk, do Corpo de Engenheiros. Esta semana o fluxo de água foi diminuído de 85 para 33 metros cúbicos por segundo.

Além do aspecto e do cheiro, a água com cianobactérias tem o potencial de destruir a fauna e a flora. Essas algas também devem causar problemas para a fauna e flora local.

“Elas vão apodrecer e vão tapar toda a fauna e flora que há no fundo destas baías. (…) Se este efeito continuar, chegará um momento em que as destruirão totalmente”, explica Briceño.

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