Um fazendeiro de Curvelo (167 km de Belo Horizonte) resolveu cobrar um pedágio de R$ 10 dos automóveis que quiserem cortar caminho por sua propriedade, após a interdição de uma ponte na BR-135.
A ponte, que ameaça ceder, está com um buraco de dois metros. Como é impossível trafegar pelo local, as vias alternativas acabam aumentando o percurso em mais de 50 quilômetros.
A pista teve de ser interditada pela Polícia Rodoviária Federal no último dia 16. O problema é que os desvios fazem com que a viagem durem ao menos mais uma hora e há congestionamento, pois a pista é estreita. Os passageiros reclamam que houve um aumento na passagem de ônibus –em média R$ 10 mais cara.
A rodovia federal é a principal ligação de Belo Horizonte com Montes Claros. A ponte ameaça ceder — parte das ferragens até afundaram — e a PRF ergueu um muro para impedir a passagem dos veículos.
Há duas alternativas aos ônibus e aos caminhões: seguir por uma estrada de terra que passa por Cordisburgo ou um aumento de mais de 50 km no trajeto, por uma rodovia estadual, a caminho de Felixlândia, segundo a PRF.
O problema é que os ônibus que foram forçados a mudar o trajeto estão com a passagem, em média, R$ 10 mais cara. A Gontijo, uma das empresas operadoras, diz que todas as tarifas intermunicipais foram reajustadas, e que não há relação com a barreira.
Os automóveis também podem optar pelo trajeto mais longo ou pegar o atalho oferecido pelo fazendeiro. Há até placa que indica o desvio particular. Assim, rodam apenas três quilômetros, por R$ 10, e cortam o caminho. Para a PRF, o desvio não é ilegal.
A ponte ameaça desabar. A PRF diz que nesta época é normal que haja buracos na pista e que havia feito um alerta da condição neste trecho específico.
A assessoria de imprensa do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes) afirma que o órgão decretou emergência no trecho e que há uma previsão de reparo de 60 dias, caso não chova.
A assessoria do órgão diz ainda que fiscais consideram viável a passagem de carros de passeio em meia pista e que quem interditou a ponte foi a PRF. O Dnit também considera legal o desvio feito pelo fazendeiro.
Na sexta-feira (30/12), o governo federal anunciou que vai investir R$ 440 milhões na recuperação de 26 mil quilômetros de rodovias no país.
Minas Gerais, que tem a maior malha (3.266 km), receberá a maior fatia: R$ 63,7 milhões. Há, no Estado, 1.617 km em situação de emergência.