Histórico

Onda de calor é mais um problema para imigrantes na fronteira dos EUA

Temperaturas atingem cerca de 44º C nesta época do ano em estados como Arizona e Texas

O intenso verão no Hemisfério Norte representa mais um dificuldade para os indocumentados que tentam atravessar ilegalmente a fronteira entre o México e os Estados Unidos. A onda de calor provoca temperaturas de até 44º C (110º F), mas a sensação térmica é ainda maior e chega a atingir 60º C (140º F). A situação é tão grave que grupos de ajuda a imigrantes têm alertado sobre os perigos da trevessia nesta época do ano. “O calor na fronteira parece um inferno e mata”, advertiu Teodoro Aguiluz, diretor do Centro de Recursos Centro-Americanos (CARECEN), em Houston, Texas.
De fato, a onda de calor tem causado a morte de muitos imigrantes que vêm em busca do sonho americano. No último fim de semana, em Lukeville, no sul do Arizona, 17 indocumentados foram atendidos em hospitais locais com sintomas de desidratação. De acordo com o porta-voz da Patrulha da Fronteira, Mario Escalante, duas pessoas do grupo estavam em estado grave. Os indocumentados – alguns deles mulheres e crianças – permaneceram no deserto por cerca de três dias, viajando mais de 110 quilômetros.
O incidente aconteceu justamente na mesma época em que organização humanitária ‘No More Deaths’ lançou, pelo quinto ano consecutivo, uma campanha naquela região com a esperança de evitar as mortes de imigrantes na fronteira, em especial no Arizona, onde as altas temperaturas no verão e as dificuldades do terreno já mataram 76 pessoas de um ano para cá. É neste estado o ponto de maior trânsito ilegal de indocumentados para os EUA. Uma das providências da ONG é arrecadar alimentos, água e produtos não-perecíveis que são levados a acampamentos localizados no deserto.
Outros dados mostram que, desde 1998, mais de 2.800 imigrantes (homens, mulheres e crianças) já morreram durante a travessia pela fronteira norte-americana. O endurecimento das políticas imigratórias do governo tem despertado nos estrangeiros a vontade de buscar rotas cada vez mais inacessíveis para entrar no país e, segundo Claudia Smith, diretora de um estudo sobre estes casos, o socorro a estes casos de emergência nunca chega a tempo. A Patrulha da Fronteira, no entanto, diz que as mortes são responsabilidade única dos ‘coiotes’ e dos próprios imigrantes.

Compartilhar Post:

Baixe nosso aplicativo