O DEA – Drug Enforcement Agency – divulgou um número alarmante para o Condado de Broward: o consumo da droga flakka é maior na região do que em qualquer outro lugar dos EUA. Foram registrados 477 casos de apreensão da droga em 2014, mais que o dobro da quantidade apreendida em Chicago com 212 registros. Em um ano, 33 pessoas morreram no condado vítimas de causas ligadas ao consumo da droga.
Especialistas tentam explicar porquê o condado, que inclui as cidade de Fort Lauderdale, Deerfield Beach e Pompano Beach, é o epicentro do consumo da flakka que é uma droga sintética conhecida como alpha-PVP. “Não existem respostas definitivas”, disse Jim Hall, epidemiologista da Nova Southeastern University e especialista no assunto. “Nós temos tudo que os traficantes e consumidores querem. Os vendedores e consumidores estão aí, esperando a próxima droga do momento. Um viciado é sempre um viciado e ele irá encontrar a próxima droga no mercado”, completou.
Conhecida como “loucura a 5 dólares” pelo custo de uma dose, a flakka tem efeito no cérebro similar à cocaína, porém é mais alucinógena, vicia rapidamente e provoca fortes alucinações. A droga é produzida na China e é semelhante a sais de banho. “Broward é considerado como o ponto crucial de distribuição da flakka ou alpha_PVP”, o componente da droga, disse à AFP Heather Clark, da organização United Way, que liderou uma campanha para sensibilizar a população sobre a droga também conhecida como “cascalho” por sua aparência de cristal de areia.
“Normalmente fumada mas também injetada ou inalada, é realmente uma droga muito perigosa. Não é recreativa, não é algo que você possa consumir sem produzir efeitos colaterais”, afirmou Clark.
A Flakka pode ser obtida na internet por $1.500 o quilo e vem da China em pequenas remessas por Correio que fornecedores locais se encarregram de distribuir. “É uma substância altamente tóxica, que pode ter sido desenvolvida intencionalmente para que seus efeitos durem mais e especificamente para ser mais viciante, porque isso é bom para as vendas”, explicou James Hall.
Além de gerar problemas cardíacos, agressividade e paranoia, seu consumo pode levar à psicose: “a temperatura corporal sobe para 40 graus, as pessoas rasgam suas roupas, algumas acreditam que o corpo está pegando fogo, vão às ruas convencidas de que estão sendo perseguidas”, contou Hall.