Francisco Oliveira teria atirado no artista colombiano Estéfano
Frank Rubio, advogado do brasileiro Francisco S. Oliveira, 29, acusado por tentativa de assassinato em Miami, afirmou nesta quarta-feira que seu cliente alegará inocência de todas as acusações. A promotoria estadual de Miami acusou Oliveira hoje formalmente de tentativa de assassinato em primeiro grau contra o compositor colombiano Estéfano, no final de maio.
“Não posso comentar sobre as provas do caso, mas quero dizer que ele mantém sua inocência”, disse Rubio, por telefone de Miami, à Folha Online.
Rubio não confirmou que seu cliente disparou tiros na casa da vítima, como afirma o relatório policial. Ele disse ainda que não sabe por que a promotora Sara Aulisio aumentou hoje a acusação para tentativa de assassinato em primeiro grau, já que o relatório inicial da polícia previa a acusação de assassinato em segundo grau.
Em uma tentativa de assassinato em primeiro grau, pressupõe-se que o crime foi premeditado.
Rubio disse que, na próxima sexta-feira, em outra sessão, pedirá a liberdade pagando fiança. O brasileiro não compareceu à audiência hoje.
Se for condenado pela acusação de tentativa de assassinato em primeiro grau, Francisco Oliveira pode pegar prisão perpétua.
Julgamento
O juiz Orlando Prescott, encarregado do caso, marcou para 5 de novembro o julgamento de Oliveira. Segundo Rubio, o compositor colombiano Stéfano deverá comparecer à corte.
A promotora tem agora 15 dias para apresentar suas testemunhas e provas.
Os disparos ocorreram na mansão de Stéfano em Miami. O compositor já venceu sete vezes o prêmio ao Compositor Latino do Ano, concedido pela organização BMI, que representa os compositores.
De acordo com o relatório policial, Oliveira chegou à residência do músico para supostamente fornecer maconha ao compositor. Enquanto estavam na cozinha, o brasileiro teria sacado uma arma da mochila.
Estéfano perguntou o que pretendia fazer, e o acusado disparou contra o peito da vítima, segundo o relatório. O projétil saiu pelas costas da vítima. Em seguida, Oliveira obrigou o compositor a se deitar no chão e disparou pela segunda vez, perto da orelha direita.
Com ferimentos graves, o músico foi levado para a unidade de trauma do Hospital Jackson Memorial. Ainda no hospital, Estéfano identificou o suposto agressor como um empregado seu.
Até o momento, o compositor só falou sobre o episódio com os detetives que iniciaram a investigação no hospital.
Aspectos estranhos
Fontes ligadas ao caso disseram que existem alguns aspectos “muito estranhos”: na noite em que Fabio Alonso Salgado, nome real de Estéfano, foi ferido, ele não ligou diretamente para a Polícia, mas entrou em contato com um amigo para que o auxiliasse.
O advogado de Oliveira disse que “por sabe-se lá qual razão, Estéfano também contratou um advogado separado para o caso, além da promotoria de Justiça”.
O acusado se negou a dizer às autoridades a motivação para supostamente a agredir o compositor, que criou alguns dos sucessos de Shakira, Jennifer López, Ricky Martin, Thalía e Enrique Iglesias.
Estéfano chegou a Miami em 1989 para buscar trabalho e alcançou seu primeiro grande sucesso ao escrever a canção “Mi Tierra” para Gloria Estefan em 1991.