Rebeca Rad é a diretora da peça The Lost, no teatro SCENE em Chelsea
Joselina Reis
Rebeca Rad é a diretora da peça The Lost
Com foco no desenvolvimento cultural e social da comunidade, a peça `The Lost’ traz poesia e música, o Rap, para mostrar a vida de jovens que saem da periferia rumo às oportunidades na grande New York. No comando da nova atração OFF-Broadway, está a brasileira Rebeca Rad, uma paulista de 25 anos.
A peça estreia dia 26 de junho, no teatro SCENE (bilheteria virtual: www.thelostnyc.com). O texto original é do escritor Keelay Gipson.
“Foram quase três mil peças inscritas’’, conta orgulhosa a diretora. O sucesso com a premiação chamou a atenção dos produtores, Robin Sokoloff e Josh Adam Ramos. A peça estará sendo apresentada de 26 de junho até 29 de agosto mostrando a vida dos jovens do bairro Harlem, onde uma minoria ultrapassa os obstáculos impostos pela marginalidade.
Para chegar ao posto de diretora teatral, Rebeca investiu na sua formação acadêmica e tem aberto seu caminho no meio artístico, com muita perseverança. “Eu fui a única mulher nomeada no Festival. Esse meio ainda e dominado pelos homens. Observei esta realidade injusta durante meus trabalhos com o Public Theatre, Lincoln Center e na Broadway. Tenho esperança que a minha experiência profissional inspire futuras gerações de mulheres’’, disse.
Rebeca, que também é atriz, saiu de Campinas (SP), aos sete anos, acompanhando os pais que começariam uma nova vida nos Estados Unidos. Na Flórida, começou a carreira como modelo infantil até os 14 anos, e logo descobriu que o teatro era sua paixão. Com bolsa parcial de estudos, ela partiu para o Michigan, onde estudou teatro clássico no ensino médio na Interlochen Arts Academy e desde então não parou mais.
De Michigan, ela partiu para New York, onde conseguiu estudar na prestigiada School of Perfoming Arts da Pace University. Depois de cursar a faculdade de Artes Cênicas ela decidiu ficar na Big Apple, mas tem planos para alcançar voos mais altos. “Neste meio, geralmente se trabalha no eixo Los Angeles-NewYork, mas eu quero ir além e incluir o Brasil e a Europa’’, conta a brasileira que prepara uma peça baseada no folclore brasileiro.
E planos para isso é o que não faltam. Rebeca quer construir sua própria companhia de teatro, e ela já sabe o foco que quer dar ao seu trabalho. “Gosto de trabalhos modernos, de vanguarda, e principalmente com objetivo social. O teatro precisa, e deve, apresentar temas que tragam conscientização e ajudem a comunidade e solucionar conflitos”, afirma.
Rebeca que também trabalha como coach de jovens que planejam concorrem a uma vaga nas mais prestigiadas faculdades de artes cênicas de New York, dá as dicas para quem quer seguir a carreira no teatro.
“Você precisa saber a razão porque escolheu esta carreira. Procure treinamento. Eduque-se! O artista treina com dedicação, consistência e intensidade como um atleta. Comece em sua escola, bairro ou cidade, sabendo que muitos poucos chegam a Broadway’’, aconselha.
Mas nem por isso, a carreira na área de artes cênicas pode ser vista como algo impossível. “Existe um mundo artístico imenso além de Hollywood e Broadway’’, conta a atriz e diretora, “Existe uma abundância de teatros e companhias teatrais nos Estados Unidos e o mercado online oferece muitas oportunidades para treinamento e trabalho para jovens artistas. Se você não encontrar a visibilidade que precisa para seu trabalho, crie seu mercado, seu público. Hoje, isso é acessível com os vídeos online. Vá atrás dos seus objetivos’’, aconselha.