O número de pessoas detidas por tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos passando pelo México caiu 30% desde setembro do ano passado, informou a Patrulha Fronteiriça americana. A queda é, segundo a patrulha, conseqüência do aumento dos controles de fronteira e não da mudança de rota nos fluxos migratórios
As capturas de imigrantes ilegais “não mexicanos”, centro-americanos na maioria, também diminuíram, acrescentou Aguilar.
O diretor da Patrulha Fronteiriça não divulgou o número total de detenções, mas disse que em 2006 houve 1,1 milhão de capturas e em 2005 cerca de 1,3 milhão.
Além disso, o funcionário anunciou o aumento do efetivo de pessoal, de novas tecnologias e a construção de novos muros para melhorar a segurança na fronteira.
Operação
Segundo Aguilar, um dos fatores que colaboraram para a diminuição do número de detenções foi a operação “Streamline 2”, colocada em prática no meio de ano passado na fronteira do Texas.
Com o plano piloto, que futuramente pode ser aplicado em outras áreas, os imigrantes ilegais respondem a um processo penal e podem ficar presos por cerca de 180 dias antes de serem deportados a seu país de origem.
A medida judicial impede que retornem aos EUA sob qualquer circunstância. Se forem detidos novamente tentando entrar de forma ilegal no país, são acusados por grave delito e ficam presos por vários anos.
“Nessa área específica, o número de detenções caiu 65%”, disse Aguilar.
Outras regiões onde as detenções também diminuíram foram o corredor Yuma-San Luis –com queda de 68%, e em McAllen-Matamoros– com diminuição de 42%.
Efetivos
Aguilar disse que há 14 mil efetivos da Patrulha Fronteiriça. A intenção é que o número chegue a 14.800 até o fim do ano e a 18.500 em 2008.
A este contingente somam-se 6.000 soldados da Guarda Nacional (Exército) que chegaram em meados de 2006 e que continuarão na região.
O funcionário da Patrulha Fronteiriça lembrou ainda que no fim de junho o sistema “Secure Border Initiative” (Iniciativa de Segurança Fronteiriça) começará a funcionar. Ele nada mais é do que uma cerca virtual com detectores de movimento, câmeras com raios infravermelhos e aeronaves não tripuladas para evitar cruzamentos ilegais.
Inicialmente será implantado em 45 km da fronteira Arizona-Sonora, na altura de Sásabe e próximo da cidade americana de Tucson.
Os modernos equipamentos permitirão “identificar, detectar, classificar e resolver mais de 95% das entradas ilegais”, afirmou.
“Esperamos que no fim de 2008 toda a fronteira do Arizona, parte da fronteira do Novo México e parte da fronteira com o Texas estejam sob esse sistema tecnológico”, acrescentou.
Muro
Aguilar informou também que os EUA estão construindo um muro no Arizona, que até outubro terá mais 112 km e no ano que vem erguerão outros 362 km em outras regiões.
Na entrevista coletiva, o chefe de polícia informou que entre setembro de 2006 e abril de 2007 morreram 153 imigrantes ilegais na fronteira, enquanto no mesmo período, entre 2005 e 2006, o número foi de 166, o que representa queda de 8%.
Ele explicou que, desde fevereiro de 2005, a Patrulha Fronteiriça sofreu 1.799 agressões (490 só este ano), e seus efetivos usaram armas de fogo em 112 ocasiões, deixando 12 mortos e 16 feridos.
“As agressões contra os oficiais são muitas, mas as situações nas quais respondemos com atividade letal são mínimas e são situações nas quais os oficiais não têm outra alternativa”, argumentou.
Há cerca de 11 milhões de pessoas que nasceram no México vivendo nos EUA– das quais a metade não tem documentos– e 20 milhões de origem mexicana, com ou sem documentos.
Além disso, calcula-se que, a cada ano, meio milhão de pessoas tentam entrar ilegalmente pela fronteira mexicano-americana.
Ano passado, Washington anunciou a construção de um muro de 1.126 km na fronteira territorial, que será somado aos outros já existentes em muitas áreas fronteiriças.
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